À espera de mudança de regra, mercado livre de energia perde dinâmica
As adesões ao mercado livre, em que grandes clientes de energia elétrica podem escolher os fornecedores, diminuíram e não devem voltar a ter o mesmo ritmo observado entre 2016 e 2017.
Foram 323 novos consumidores no primeiro semestre, de acordo com a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).
“O crescimento daqui para a frente vai ser em um patamar constante e sustentável. Em 2016 e em parte de 2017, foi explosivo”, diz Rui Altieri, superintendente da entidade.
Só haverá mudança de cenário com uma nova modelagem do setor, segundo o executivo. Um projeto de lei que prevê a entrada de novos clientes tramita na Câmara.
“Se houver possibilidade de adesão de empresas que consomem menos do que é permitido pela regra atual e a criação do comercializador varejista [que negocia quantidades menores], teremos um novo movimento.”
O boom que terminou em 2017 aconteceu por uma combinação de alta no mercado cativo e baixa no livre.
“A expansão de 2016 se deu em parte pela mudança dos preços de energia regulamentada, que ficou conhecida como realismo tarifário”, afirma Sami Grynwald, gerente na Thymos Energia.
A diferença entre os segmentos diminuiu agora, diz Angela Saraiva, diretora de gestão da Electra Energy.
“Um valor de referência para os contratos, o preço de liquidação das diferenças, teve alta significativa e isso influenciou na desaceleração.”
Manutenção preventiva
A Deten, fabricante de matérias-primas para a produção de produtos de limpeza biodegradáveis, vai investir R$ 34 milhões na automatização de processos em suas plantas em Camaçari (BA).
“Vamos economizar energia do complexo, que foi inaugurado em 1981, e implantar também um sistema dotado de inteligência artificial que usará sensores nas máquinas para prever falhas”, afirma o diretor-geral, José Luis de Almeida.
Parte dos aporte é financiado pelo BNDES. A empresa tem como acionistas a Cepsa (petroleira espanhola), que controla a companhia, e a Petrobras.
R$ 1,26 bilhão
foi o faturamento em 2017
180
são os funcionários
Tributação de PMEs no Brasil é a mais pesada, diz multinacional
Micro e pequenas empresas no Brasil são proporcionalmente as mais oneradas pela carga tributária, segundo a Sage, multinacional de software que analisou o ambiente de negócios em 11 países.
O estudo considera aquelas inseridas em todos os regimes de tributação: Simples, lucro presumido ou real.
O cenário é mais grave entre as microempresas, que pagam em impostos o equivalente a 65% de seu lucro, dez pontos percentuais a mais que a segunda colocada Espanha, afirma Alexandre Wyllie, diretor da Sage.
“Pequenas empresas arcam com um custo alto ao entrar no mercado, o que pode inviabilizar o negócio. É algo que desfavorece a economia por dificultar a concorrência”, diz Juliana Inhasz, professora do Insper.
“O sistema tributário deveria ser progressivo na medida do possível: quem ganha menos, paga menos”, diz Linneu de Albuquerque Mello, professor de Direito da FGV Rio.
“Mais da metade da receita tributária no Brasil incide sobre consumo, com impostos regressivos, quando em países desenvolvidos a maior fatia vem da renda.”
Atacado em marcha lenta
O setor atacadista de São Paulo fechou 271 vagas de trabalho em maio, após quatro meses de saldo positivo, segundo a FecomercioSP (federação do comércio). O segmento de serviços, que exclui o varejo, gerou 8 mil postos no mês.
“Parte disso é reflexo da paralisação dos caminhoneiros, que causou desabastecimento e dificultou o transporte. Há, também, uma redução da confiança com relação à economia”, diz Jaime Vasconcellos, economista da entidade.
No atacado, o comércio de alimentos e bebidas (-327) e o de materiais de construção (-200) foram os que fecharam mais empregos.
“O resultado de junho ainda será ruim, mas a tendência para o segundo semestre é de estabilidade.”
A área da saúde foi responsável pela geração de mais da metade da geração de postos do indicador de serviços. “Em junho, a demissão de professores temporários levará esse dado para perto de zero.”
Trabalho... Cerca de 40% das empresas filiadas à Abraidi (associação dos importadores e distribuidores de próteses e produtos para a saúde) ainda não tomaram medidas para estruturar um programa de compliance.
...a ser feito Ao todo, 46% das companhias criaram um código de conduta e 14% já implementaram de fato um programa. Empresas ligadas ao setor foram denunciadas em 2015 no caso conhecido como “Máfia das Próteses”.
Luxo O Four Seasons que abrirá em outubro em São Paulo terá colchões exclusivos da Simmons, não disponíveis no mercado. Modelo similar ao criado para o hotel custa R$ 6.600, diz a fabricante Flex do Brasil.
No prelo A CNSeg (confederação das seguradoras) prepara um documento com demandas do setor para entregar aos presidenciáveis em agosto.
Sorria Os catarinenses são os que mais gastam em procedimentos odontológicos (R$ 2.200), segundo a Dentalis, de software.
Para o motor A distribuidora de combustível Ale firmou um contrato com a Mobil para fornecer lubrificantes da marca. O volume vendido deverá crescer 25%.
com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas