66% dos leitores aprovam cobertura sobre o futuro governo Bolsonaro
A cobertura da Folha sobre o futuro governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) é considerada ótima/boa por 66% dos leitores. Para 22% ela é regular, e para 11%, ruim/péssima, mostra levantamento feito pelo Datafolha.
São 95% os leitores do jornal que estão acompanhando as notícias sobre o assunto.
Para 6 em cada 10, a cobertura da Folha em relação ao governo Bolsonaro é crítica na medida certa; 29% a consideram mais crítica que o necessário, e 9% dizem que ela deveria ser ainda mais crítica.
Assim como nas eleições presidenciais, há forte polarização. Entre os 42% dos leitores que votaram no presidente eleito no segundo turno, 56% acham que a Folha é crítica em excesso, e 42% a consideram crítica na medida certa.
Já entre os 37% eleitores do petista Fernando Haddad, 78% apoiam o nível crítico da Folha e 20% acham que ela deveria ser ainda mais crítica.
Foram ouvidos 713 assinantes e pessoas com acesso a assinaturas que leem a Folha ao menos uma vez por semana.
O percentual de leitores que veem a Folha como excessivamente crítica subiu, se comparado a resultados anteriores.
Em setembro deste ano, por exemplo, 10% achavam o jornal duro demais com o governo Michel Temer (PMDB).
Durante o governo Dilma Rousseff (PT), o índice mais alto, de 16%, foi registrado em março de 2016.
Metade (51%) dos leitores acha que o jornal deve manter a cobertura da forma como está, 24% gostariam de um noticiário menos crítico e 21% pedem abordagem mais crítica.
O leitorado se mostrou dividido também em relação aos ataques à Folha e à imprensa em geral feitos por Bolsonaro, que vetou a presença de meios de comunicação em uma entrevista após eleito.
Bolsonaro também se referiu à Folha como "maior fake news do Brasil" e disse que "o jornal se acabou" em entrevista ao Jornal Nacional.
Os ataques à imprensa são injustificáveis para 51% dos leitores. Outros 32% dizem que o eleito tem algum motivo para fazer as críticas, e para 15% ele tem muita razão.
Em relação aos ataques à Folha, 45% dizem que ele não tem nenhuma razão, 30%, que tem alguma razão, e 22% veem muito motivo para as críticas.
Quando se leva em conta a opção eleitoral, 37% dos que votaram em Bolsonaro veem muita razão nos ataques à Folha, enquanto para 82% dos eleitores de Haddad o político do PSL não tem motivo algum.
A polarização aparece ainda em relação ao risco à liberdade de imprensa e ao trabalho jornalístico da Folha. Eleitores de Bolsonaro afirmam que ele não ameaça a liberdade de imprensa em geral (90%) nem a da Folha (85%).
Já os que votaram em Haddad no segundo turno veem risco para a imprensa em geral (94%) e para o trabalho da Folha (95%).
Na média, 52% dos leitores opinam que Bolsonaro não afetará a liberdade de imprensa, mas 49% acham que ele ameaça o trabalho da Folha (48% não veem risco).
Na grande maioria insatisfeito com o governo Temer, o leitor da Folha se divide nas expectativas para a próxima Presidência: 45% esperam um desempenho ótimo ou bom de Bolsonaro, 33% acham que será ruim ou péssimo e 16% anteveem um governo regular. O eleitor de Bolsonaro é muito otimista (84% esperam gestão ótima ou boa), enquanto o de Haddad é bastante pessimista (77% anteveem um governo ruim ou péssimo).
Em relação ao espectro político, o leitorado da Folha vê a si mesmo e ao jornal no centro. Numa escala de 1 a 7, onde 1 é a extrema esquerda e 7 a extrema direita, o leitor atribui 3,9 à posição da Folha e 4,2 à sua própria --mesmo lugar onde gostaria que o jornal estivesse.
Eleitores de Bolsonaro veem a Folha um pouco mais à esquerda (nota 3,6), e os de Haddad, mais à direita (4,1).