A ocasião favorece os tricolores, apesar de aparentar o contrário
O São Paulo não ganha do Palmeiras no campeonato estadual desde fins de março de 2009, há mais de dez anos, portanto.
De lá para cá foram dez jogos, com seis derrotas e quatro empates. Na casa verde o retrospecto é ainda pior, com sete derrotas em sete clássicos, dois deles pelo estadual.
Lembremos que o São Paulo não precisa quebrar a escrita no campo rival, nem no torneio, porque o empate pode ser suficiente, desde que vença nos pênaltis.
O Choque-Rei chega ao jogo 320 com 108 vitórias para cada lado.
Uma eventual nova igualdade no placar significará a 104º vez em que ninguém vence ou perde, e a marca da cal decidirá o finalista.
Para a molecada são-paulina, o empate estará de bom tamanho, mas há de se levar em conta três aspectos que favorecem o time tricolor: 1. O Palmeiras está mais cansado e o São Paulo passou a semana só pensando no jogo; 2. O favoritismo alviverde está abalado pela derrota na Argentina contra o frágil San Lorenzo de Almagro; 3. A velha lei das probabilidades permite pensar em ter chegado a hora de ganhar no campo do adversário.
A presença do técnico Cuca no banco tricolor em terreno alviverde acrescenta atração ao clássico, mesmo precipitada, desnecessária e esquisita, porque injusta com Vagner Mancini e temerária em caso de derrota, responsável por eventual desgaste desnecessário.
Cuca aparecerá de calça vinho ou a superstição é no Palmeiras, não no estádio?
Será interessante ver o Choque-Rei dos laterais, porque também o time de Felipão adora usar as mãos como se jogasse basquete.
Marcos Rocha e Moisés são dois legítimos sucessores do grande Djalma Santos, que batia laterais na marca do pênalti muito antes de a Fifa diminuir a largura dos gramados.
No São Paulo é Reinaldo quem faz, solitário, o papel, além de seu reserva Léo Pelé.
Cuca certamente treinará alguém para fazer o mesmo pela esquerda, como Dudu também tem feito para Felipão.
Todo o peso está nas costas do Palmeiras, obrigado a vencer para evitar a crise que uma segunda derrota seguida, e a terceira dolorosa no ano (a primeira aconteceu, em casa, contra o Corinthians) poderá significar.
Ser eliminado representará o primeiro adeus a um título em 2019, mesmo o Paulistinha, tão desprezado e desejado ao mesmo tempo por quem desdenha porque quer comprar e descobriu, no ano passado, que o dinheiro não compra tudo.
As voltas de Ricardo Goulart e Gustavo Scarpa são alentadoras, apesar de mesmo com eles o time ainda não ter agradado plenamente na temporada em que se esperam conquistas e bom futebol.
É verdade que há uma insistente exigência em relação ao desempenho palmeirense, mais que em relação aos outros. Tudo por causa do investimento, mas, principalmente, da arrogância da direção/patrocinadora do clube, típica do novo-riquismo, mal que já assolou também, em tempos recentes, os dois rivais do Trio de Ferro.
Com estádio hostil lotado, será o primeiro teste para Igor Gomes e Antony, dois dos garotos que ameaçam mudar a cara são-paulina.
Antony não dá a menor pinta de se intimidar, e vê-lo partir para cima do marcador é outra das atrações do clássico.
Dudu, melhor jogador da temporada passada, está em débito nesta e o momento não poderia ser melhor para readquirir o crédito.
Última dúvida: Felipão guardará Fernando Prass para uma possível decisão na marca do pênalti, o escalará como titular ou nenhuma das anteriores?