Agenda esportiva top tem opções para todos os gostos

A Copa da Rússia polarizou as atenções em todos os cantos do planeta, mas terminou, é página virada. Agora, torcedores e turistas interessados em grandes eventos esportivos internacionais passam a mirar outros alvos. Com sedes já escolhidas, a agenda da próxima década dessas competições está praticamente definida.

Os fãs de futebol, por exemplo, podem começar a sonhar com as emoções das Copas no Qatar-2022 e na América do Norte-2026, que será disputada pela primeira vez simultaneamente em três países (EUA-Canadá-México). Os Jogos Olímpicos estão programados até 2028.

Um grande evento, quando bem organizado, via de regra, ajuda a melhorar a imagem do país-sede. A Rússia e seu presidente, Vladimir Putin, estiveram em evidência com a Copa, que demandou alto investimento. Apenas com leves intercorrências, o evento funcionou, deixando uma boa imagem do país.

Competições de tal porte têm essa característica. O governo local aproveita a chance para mostrar aspectos positivos, de seu interesse, procurando esconder o lado sombrio, negativo. O esporte vira uma face da moeda, enquanto a outra o organizador usa para tratar de propaganda (política, ideológica, econômica, social e de relações internacionais).

Tamanho potencial atrai interessados. Talvez por causa disso, o México, com duas Copas (1970/1986) no seu currículo, e os EUA, com uma (1994), não vacilaram na busca de uma nova oportunidade, aliando-se ao Canadá, em evento que terá 48 seleções, 16 a mais do que no formato vigente, inclusive no Qatar.

A vitória da candidatura deste último país para a próxima Copa, daqui a quatro anos, fugiu um pouco do bom-senso. Não pela reduzida dimensão territorial do Qatar, de cerca de 11.500 km2 --o menor país a receber uma Copa--, mas, em especial, pela suspeita de corrupção no processo de seleção da sede.

Localizado no Golfo Pérsico, com reservas de petróleo e gás natural, o Qatar é forte economicamente, mas está envolvido numa crise diplomática na região.

Além disso, outro grave problema é o clima naquele emirado árabe, quente demais para a prática de futebol. Ao perceber esta falha, a Fifa remendou o equívoco, alterando o período da Copa, que será 21 de novembro a 18 de dezembro durante o inverno no local. Dá para imaginar como o Brasil acompanhará o torneio?

Olimpíadas

Tóquio, a capital do Japão, voltará a bancar em 2020 a organização dos Jogos Olímpicos de verão, depois da experiência de 1964, quando teve a oportunidade para mostrar como o país estava se recuperando da destruição sofrida na Segunda Guerra Mundial. Em 2002, com sucesso, dividiu o Mundial de futebol com a Coreia do Sul.

Em decisão inédita, o Comitê Olímpico Internacional apontou num só lance as sedes de dois Jogos de verão: Paris-2024 e Los Angeles-2028. A entidade, que escolhia uma sede por vez, antecipou a definição também da segunda cidade para não desanimar nenhuma das candidaturas, que concorriam para o evento seguinte ao de Tóquio.

Selou um acordo que deixou todas as partes satisfeitas. Uma mostra de que grande evento, como Olimpíada, não é coisa ruim, pois ambas as eleitas abrigaram a competição duas vezes anteriormente (Paris, em 1900 e 1924; Los Angeles, em 1932 e 1984). Os EUA a promoveram ainda em St.Louis-1904 e em Atlanta-1996. Também aconteceram Copas nos EUA, em 1994, e na França, em 1938 e em 1998.

Por sua vez, a Olimpíada de inverno, que no início deste ano foi realizada em PyeongChang, na Coreia do Sul, terá Pequim, na China, que foi a sede dos Jogos de verão em 2008, como palco em 2022. Para a edição seguinte, quatro anos depois, ensaiam candidaturas as italianas Milão, Turim e Cortina d'Ampezzo, mais a canadense Calgary, a sueca Estocolmo, a japonesa Sapporo e a turca Erzurum.

Menos relevantes, os Jogos Pan-Americanos reservam outras emoções com as disputas de Lima-2019, no Peru, e Santiago-2023, no Chile. Anualmente, Mundiais de esportes variados preenchem o calendário.

Para os brasileiros, apaixonados pelo futebol, uma atração especial será a Copa América, em meados do ano que vem, no Brasil.

O esporte é um bom negócio, não há dúvida. Só vira dor de cabeça quando a incompetência ou má fé entram em campo. O Brasil promoveu Pan, Copa e Olimpíada, mas o esporte nacional segue sem encontrar um caminho de progresso, nem de expectativa de melhores dias. Dá para entender e aceitar?

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