Alemanha, França, Itália e Inglaterra terão ex-grandes de volta à elite

Cofundador da Football League —a primeira divisão do Inglês até a criação da Premier League, em 1992—, ainda em 1888, o Wolverhampton chegou ao auge nos anos 1950, com três títulos nacionais, dois vices e três terceiros lugares, além de duas Supercopas da Inglaterra. Derrotou o Hónved, base da seleção da Hungria na Copa de 1954, e travou duras batalhas com o Real Madrid, o mais poderoso clube da época.

Nos anos 1980, afundado em dívidas e com problemas na reconstrução do antigo estádio Molineux, o Wolves foi rebaixado três anos seguidos até chegar à quarta divisão em 1987. E teve de recomeçar.

Na última sexta, a equipe voltou a jogar na elite do futebol inglês após um hiato de seis anos. Campeã da EFL Championship (a segunda divisão) na última temporada com 99 pontos, com uma base portuguesa —hoje são sete jogadores, além do técnico Nuno Espírito Santo e do brasileiro Léo Bonatini—, o Wolves é apenas uma das mais tradicionais agremiações da Europa que conheceu a glória, desceu ao fundo do poço e retorna à primeira divisão em busca de dias melhores.

“Quando fechei com o Wolverhampton, já tinha ouvido falar do clube. Quando fui pesquisar sua história, soube que fiz a escolha certa. Hoje, na Inglaterra, as pessoas comentam um dos clubes mais tradicionais do país está de volta à elite”, afirmou Bonatini, um dos destaques do clube na última temporada, com 13 gols.

“Temos de usar as glórias do passado como inspiração para conquistarmos coisas boas no futuro. É claro que são épocas diferentes, outro momento do futebol. Mas, se depender da nossa vontade, queremos fazer história”, comentou.

Na França, uma das novidades na Ligue 1 é o Stade de Reims. Entre 1949 e 1962, a equipe faturou seis taças do Francês e outras duas da Copa da França. Além disso, formou a base da seleção do país na Copa de 1958, com nomes como Robert Jonquet, Raymond Kopa e Just Fontaine.

Em decadência, o clube passou a década de 1980 na segunda divisão e, em 1991, optou pelo terceiro escalão para evitar a falência, que viria no mesmo ano. Recriado, recomeçou na sexta divisão, amadora, na temporada 1992/93.

Depois de 33 anos longe da primeira divisão, o Reims retornou em 2012/13, mas caiu para a segunda divisão em 2016/17. No ano passado, foi campeão da Ligue 2 e agora espera ter sequência no nível mais alto da França.

Em baixa ultimamente, o Nuremberg goza de prestígio na Alemanha. De volta à Bundesliga depois de quatro temporadas na segunda divisão, o clube, que conta com o zagueiro brasileiro Ewerton, tentará conquistar sua décima taça do Nacional.

Apesar de ser o recordista de quedas à Bundesliga 2, oito vezes, a equipe do norte da Baviera ainda é o segundo maior vencedor do Alemão —foi ultrapassado pelo Bayern de Munique em 1987. Conheceu o auge após a Primeira Guerra Mundial, nos anos 1920, quando levantou o troféu cinco vezes em oito anos.

Em 1995/96, após idas e vindas na primeira e segunda divisões, o Nuremberg foi penalizado com a perda de seis pontos em decorrência de problemas financeiros e caiu para o terceiro escalão pela primeira vez, mas deu a volta por cima e, a partir do dia 24, estará entre os maiores do país.

Diferentemente de Wolverhampton, Reims e Nuremberg, o centenário Parma só brilhou nos anos 1990, impulsionado pelo dinheiro da multinacional local Parmalat, conquistando duas Copas da Uefa, uma Recopa europeia e duas Copas da Itália, com nomes como Dino Baggio, Asprilla, Buffon e Crespo.

Em 2004, com a crise da empresa, o Parma foi refundado e conseguiu evitar a queda. Em 2015, porém, em grave situação financeira, o clube decretou nova falência e caiu para uma divisão amadora, no quarto nível do país.

De lá para cá, o time venceu o título regional em 2015/16 e emplacou três acessos consecutivos. Na próxima semana, o clube reestreia na Série A com cinco pontos a menos por suspeita de manipulação de resultado.

Para alguns clubes, retomar os tempos áureos ainda será uma árdua tarefa.

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