América Latina não precisa de 5G para se beneficiar de IoT, diz executivo
Apesar de a América Latina apenas engatar a segunda marcha no 5G a partir de meados da próxima década, a região poderá conectar dispositivos de IoT (internet das coisas) por meio de tecnologias mais avançadas dentro do próprio 4G.
A avaliação foi feita por Marco Galván, diretor sênior de engajamento estratégico da GSMA, entidade que congrega as teles, durante o Mobile World Congress, em Barcelona.
“4G e 5G vão coexistir na região até 2030. Não são tecnologias que se substituem”, afirmou.
As teles devem continuar investindo no 4G nos próximos anos e usar tecnologias que trazem conectividade ao IoT como se fossem 5G (o NB-IoT e o LTE-M).
A expectativa da entidade é que a América Latina tenha, em 2025, o triplo de conexões de internet das coisas em relação a 2017, chegando a 1,3 bilhão.
Segundo a GSMA, o 5G comercial deve começar na região em 2020, pelo México. Na sequência, viria o Brasil.
A Folha apurou que apesar de a data oficial do lançamento do 5G em território mexicano ser 2020, o setor de inteligência da GSMA acha que uma projeção mais realista seria 2023, tendo como base a forma como foi adotado o 4G.
Galván afirmou que na América Latina há particular interesse no uso do 5G para uso em pontos fixos, tanto para conectar pessoas que não têm banda larga quanto para competir com a já existente.
Os primeiros testes com o 5G na região começaram no Brasil, em 2016. No ano seguinte, foi a vez de México, Argentina, Chile e Peru. O último país a começar testes foi a Colômbia, em 2018.
Estudo divulgado pela GSMA nesta segunda-feira (25) aponta a expectativa de que 15% das redes mundiais funcionem em 5G até 2025. Segundo o relatório, 16 países vão passar a adotar redes comerciais da tecnologia em 2019, seguindo os lançamentos nos EUA e na Coréia do Sul, no ano passado.
O 5G é um dos principais assuntos do Mobile World Congress deste ano, como foi em edições anteriores. A GSMA destaca que, pela primeira vez, fazem um evento com progressos mais palpáveis em relação a essa tecnologia e com os primeiros dispositivos com suporte a ela sendo lançados.
Relatório da consultoria Opensignal, especializada no mapeamento de cobertura de telefonia, publicado na última quarta-feira (20) aponta que o 5G deve resolver problemas de congestionamento nas redes de 4G atuais. O estudo analisou 77 países e mostra que a velocidade média de download oscila de 5,8 mbps para 31,2 mbps entre os períodos mais e menos congestionados, respectivamente.
No Brasil, o período mais lento é das 20h às 21h, com velocidades de 16,4 mbps. Nos horários mais rápidos, a velocidade chega a 28 mbps.