Ano já acabou para a construção civil, diz setor
Acabou o ano para a construção civil. Esse já é o diagnóstico de parte do setor no início de maio.
Mesmo que a reforma da Previdência seja aprovada e venham medidas para destravar a economia, dificilmente o mercado formal de obras crescerá em 2019, segundo os mais pessimistas.
Quem ainda pode se beneficiar são empresas de material de construção ou escritórios que atuam no início dos projetos —a construção propriamente dita deve colher os frutos só em 2020.
Timing “Há um lapso de tempo entre a tomada de decisão de investimento e o desembolso no canteiro”, diz Eduardo Zaidan, do Sinduscon-SP (sindicato da construção). A estimativa é que o PIB do setor suba 1% a 2%, mas impulsionado pelo mercado informal, não pelas construtoras.
Despesa Para piorar a situação, os custos estão em alta. A inflação do setor nos últimos 12 meses até abril cresceu 6,59% —só insumos como areia e aço, por exemplo, avançaram mais que 12%.
Cliente final O financiamento imobiliário ainda respira: o número de imóveis dados como garantia em venda de apartamentos ou casas aumentou 15% nos 12 meses até fevereiro deste ano, segundo a Fipe e a Arisp (associação dos registradores de imóveis).
Ânimo No mesmo período, a quantidade de imóveis retomados por inadimplência caiu 15,5%, o que pode indicar melhora no segmento.
Bolívar O contrato do Brasil para fornecer dinheiro em espécie para a Venezuela, firmado em 2018, expirou em março. Diante da antipatia de Jair Bolsonaro com o regime de Nicolás Maduro, especialistas no setor apontam que o ditador terá de buscar outras fontes.
Cifrão A Casa da Moeda diz que o acordo não foi feito diretamente com o governo venezuelano. Ela foi subcontratada por uma multinacional para produzir. O Brasil já fabricou para outros países na África e na América Latina. A Casa da Moeda tem, inclusive, desejo de expandir as vendas lá fora.
Happy hour O amor está no ar na avenida Paulista. A região é onde mais paqueras são correspondidas em São Paulo durante a semana no aplicativo de relacionamento Happn. O período de pico é após as 18h, às segundas e sextas-feiras. Só na capital paulista são 2,5 milhões de usuários, 25% do total no Brasil.
Hipótese Uma mudança de estratégia na ISS, que atua em facilities e é líder no setor de limpeza, levou o mercado a interpretar que ela deixaria a operação no Brasil.
Eu fico Jair Steola, presidente da companhia aqui, nega a saída e afirma que foi uma falha de comunicação após um anúncio global de dezembro, que cita o Brasil em uma lista de países que terão operações descontinuadas.
Explique-se Haverá descontinuidade, mas em clientes pequenos, que já estão fora da estratégia global. “A médio prazo vamos fazer uma transição, com foco em contas chave, deixando o mercado local de clientes pequenos. Nem de longe estamos saindo daqui”, diz Steola.
Prosa
“A ISS não sai do Brasil, mas muda sua estratégia. Atendíamos toda a gama de clientes, agora focaremos só grandes contas
Jair Steola
presidente da ISS Brasil
com Igor Utsumi e Paula Soprana