Após dois anos ocupando parte do MIS, Paço das Artes irá para Higienópolis

Depois de sair do prédio que pertence ao Instituto Butantan na Cidade Universitária, em 2016, o Paço das Artes irá se fixar no casarão Nhonhô Magalhães, no bairro de Higienópolis.

Toninho Sarasá, à frente da restauração do imóvel erguido por um cafeicultor nos anos 1920, diz que o projeto deve ficar pronto entre o final de 2019 e o início de 2020. 

Segundo ele, o Paço ocupará um dos cinco andares da casa de 2.500 m², o que tem os cômodos mais amplos e que se interliga ao piso Pacaembu do shopping Pátio Higienópolis, proprietário do imóvel desde 2005. 

Uma cláusula do contrato de venda do casarão, que custou ao shopping R$ 19,5 milhões, estipula que parte do imóvel teria de ser cedida ao estado para uso cultural por 20 anos.

Hoje, o Paço ocupa uma parte do Museu da Imagem e do Som. Mas devido ao pequeno espaço —antes eram cerca de 1.000 m² contra os 80 m² dentro do museu da avenida Europa—, algumas exposições aconteceram na Oficina Cultural Oswald de Andrade e no MAC-USP. 

O motivo da saída do Paço das Artes da Cidade Universitária é nebuloso. A instituição diz que o Butantan requereu o espaço para abrigar uma fábrica de vacinas.

Mas a nova direção do Butantan —à frente do órgão desde 2017— desmente a justificativa dada à época, afirmando que “não seria possível uma fábrica de vacina ali, pois a estrutura do prédio não permitiria”. Eles não especificam, no entanto, o motivo do despejo do Paço. 

Desocupado desde a saída do centro cultural, o prédio passa por reformas há três meses. Segundo o Butantan, a conclusão está prevista ainda para 2018. Ele será usado como área administrativa e terá espaço para exposições —não está definido que tipo de mostras o local abrigará. 

A direção do Paço afirma que a saída do prédio na USP causou dificuldades nos últimos anos, como a descontinuidade de projetos, “em função de incertezas quanto ao futuro institucional”.

A instituição, fundada em 1970, foi responsável por lançar nomes de peso na arte contemporânea. O centro cultural nunca teve sede própria e integra a organização social responsável pelo MIS.

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