Após ofensiva, regime sírio e rebeldes fazem cessar-fogo no sul do país

O regime sírio chegou a um acordo de cessar-fogo nesta sexta-feira (7) com os rebeldes em Deraa, no sul do país, após uma ofensiva de duas semanas das tropas do ditador Bashar al-Assad e da Rússia, sua aliada.

Moscou supervisionou as negociações que buscavam uma rendição dos rebeldes e a entrega das armas usadas por eles na região, conhecida como o berço da revolta de 2011 contra o regime, que deu origem à guerra civil.

Além da trégua nos combates, a ditadura controlará todos os postos de observação na fronteira com a Jordânia. Por outro lado, os rebeldes contrários ao acordo poderão deixar a região rumo à província de Idlib, no noroeste sírio.

O pacto foi selado horas depois de o Exército se apoderar do posto de fronteira de Nasib, por onde passa a maioria do comércio da Síria com a Jordânia. A instalação foi retomada pelos militares sem a necessidade de combate.

Dois dias atrás, o regime havia retomado os bombardeios em Deraa depois do fracasso nas primeiras negociações com seus adversários. Agora Damasco controla dois terços desta região, contra 30% antes da ofensiva.

Também é a primeira vez desde 2015 que as forças de Assad controlam a fronteira com a Jordânia na província. A previsão é que cerca de 6.000 pessoas, combatentes e suas famílias, façam o traslado seguro para Idlib.

Desde que a Rússia interferiu na guerra, em setembro de 2015, o ditador conseguiu retomar boa parte do controle do país. No entanto, algumas áreas ainda são dominadas por rebeldes, curdos e a facção terrorista Estado Islâmico.

Nesta sexta, os extremistas fizeram um atentado com carro-bomba em Al Bsayra, em Deir Ezzor, região dominada pelos curdos. Pelo menos 18 pessoas morreram, incluindo 11 membros de uma força regional apoiada pelos EUA.

Em Haia, na Holanda, a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) informou não ter encontrado provas sobre o uso de uma arma química no suposto ataque à cidade de Douma, na periferia de Damasco, em 7 de abril.

Por outro lado, o órgão encontrou componentes com cloro, elemento usado outras vezes pelas forças de Assad na guerra. Cerca de 40 pessoas morreram na ação, que os rebeldes, EUA, França e Reino Unido atribuíram ao regime.

Tanto a ditadura quanto a Rússia negaram envolvimento no ataque. Em retaliação, os três países ocidentais fizeram bombardeios a instalações que, segundo eles, faziam parte do programa de armas químicas de Damasco.

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