Após post considerado racista sobre jogador francês, YouTuber Júlio Cocielo perde patrocinadores
Um post considerado racista envolvendo o craque francês Mbappé, que é negro, levou grandes marcas a encerrarem contratos de patrocínio com o YouTuber Júlio Cocielo.
A marca de material esportivo Adidas, o banco Itaú e a varejista virtual Submarino confirmaram à Folha ter deixado de patrocinar Cocielo.
“A Adidas é uma marca que repudia todo e qualquer tipo de discriminação. Portanto, decidimos suspender a parceria com o youtuber Júlio Cocielo”, disse a companhia em nota.
A varejista Submarino também disse repudiar veementemente qualquer manifestação racista.
A marca afirma que contratou uma agência de publicidade para realização de campanha pontual com influenciadores, dentre eles Cocielo, e a campanha já foi retirada do ar.
No Twitter, a empresa colocou mensagem semelhante, adicionando que tomará as providências necessárias.
A polêmica começou quando o influenciador escreveu na rede, em referência ao jogo entre França e Argentina do último sábado (30), da Copa do Mundo, do qual o francês foi destaque: "Mbappé conseguiria fazer uns arrastão top na praia hein? [sic]".
O post irritou internautas, que vasculharam o perfil de Cocielo e encontraram outras postagens ofensivas de anos anteriores. Em mensagens de 2013, por exemplo, ele disse que só seria possível deixar de fazer piadas de negros caso eles fossem exterminados. No mesmo ano, falou que não faria vídeo sobre o Dia da Consciência Negra porque na sela não havia wi-fi.
Cocielo apagou as mensagens mencionadas e colocou um pedido de desculpas em seu perfil na rede.
Nele, disse que a piada sobre Mbappé se referia a boa velocidade do jogador.
"O tweet foi interpretado de mil formas diferentes e gerou uma grande discussão. Decidi deletar pois nunca fui de entrar em polêmicas, mas já era tarde demais, tinha tomado uma proporção enorme..."
Também disse sentir vergonha dos comentários antigos que foram localizados em seu Twitter.
"Na época esses comentários infelizes tinham uma interpretação totalmente diferente de hoje, um momento delicado. Muitas vezes fui irônico, muitas vezes estava zoando entre amigos, muitas vezes só queria ser o engraçadão, e são coisas que eu nem lembrava ter escrito."
A Folha tentou entrar em contato com Cocielo por e-mail, mas não teve retorno.