Arquiteto Renzo Piano diz que ajudará a reconstruir ponte em Gênova, sua cidade natal
Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, o arquiteto italiano Renzo Piano disse que "ficaria feliz" em ajudar a reconstruir a ponte de Gênova, após a tragédia em sua cidade natal.
Piano que é considerado um dos maiores arquitetos do mundo e tem entre seus trabalhos, o edifício londrino Shard London Bridge (em formato de pirâmide e com 310 metros de altura) e o Centro Georges Pompidou, em Paris.
"Eu já disse que ficaria feliz [de estar envolvido] porque essa é a minha missão", disse ele ao Observer. "Eu também sou senador vitalício [no parlamento italiano] e, portanto, é um dos meus deveres responder a esse desastre de alguma forma."
O arquiteto reside em Paris, mas tem um escritório na cidade onde a ponte Morandi desabou matando ao menos 43 pessoas.
"Uma coisa é certa, deve ser bonita —não no sentido de cosméticos, mas em transmitir uma mensagem de verdade e orgulho", afirmou Piano.
"Deve ser um lugar onde as pessoas possam reconhecer a tragédia de alguma forma, ao mesmo tempo que proporcionam uma ótima entrada para a cidade. Tudo isso deve ser feito sem qualquer sinal de retórica —essa seria a pior armadilha", afirmou o arquiteto ao jornal.
MORTES E INQUÉRITO
A ponte Morandi desabou no último dia 14, durante uma tempestade na cidade de Gênova, no norte da Itália, quando mais de 30 veículos passavam sobre a construção.
Os motivos do desabamento ainda estão sendo investigados e são motivo de inquéritos da polícia, da Justiça e do Executivo federal.
A construção é de 1967 e possuía 1.182 metros de extensão.
Segundo Danilo Toninelli, ministro dos Transportes da Itália, "não há manutenção, fiscalização ou trabalho de segurança nas pontes e viadutos da Itália, sendo que a maioria foi construída na década de 1960".
O governo da Itália iniciou no dia 17 os procedimentos para revogar a concessão de operação da Autostrade per l’Italia, empresa responsável pela manutenção da estrada onde ficava a ponte Morandi.