Artilheiro da Copa-2014 vive noite de torcedor e deixa a Rússia frustrado
Fora das oitavas de final por causa de uma lesão na panturrilha direita sofrida contra Senegal na última rodada da fase e grupos, James Rodríguez teve uma noite de torcedor no estádio do Spartak e deixou a arena frustrado, assim como os milhares de colombianos.
Todos, claro, tristes pela eliminação para a Inglaterra nos pênaltis por 4 a 3 após empate por 1 a 1 no tempo normal e ma prorrogação.
Artilheiro da última Copa, James acompanhou o jogo na primeira fileira das arquibancadas. Estava localizado à esquerda do banco da Colômbia.
Ao seu lado estava o atacante do Palmeiras Miguel Borja, que também perdeu o jogo por lesão, e o ex-jogador argentino Estebán Cambiasso, assistente de José Pékerman.
James iniciou o jogo calmo e assim permaneceu a maior parte do primeiro tempo, que não teve muitas emoções.
Quando faltavam cerca de três minutos para o intervalo, se dirigiu ao vestiário.
Na volta, a mesma rotina e o mesmo assento.
Mas o pênalti para a Inglaterra começou a deixar o jogador nervoso. Quando Harry Kane foi para a cobrança, ele se apoiou na proteção de acrílico que separa a arquibancada do campo e ficou torcendo por uma defesa de Ospina, o que não aconteceu.
A tensão em campo, com divididas e cartões, deixou James ainda mais tenso. A cada decisão do árbitro americano Mark Geiger contra o time colombiano, ele reclamava.
Em alguns momentos se levantou e não hesitou em soltar alguns palavrões. Também trocou mensagens pelo celular com alguém.
Nervoso, tirou até o casaco que tinha desde o início do jogo em uma noite não tão quente em Moscou, com termômetros perto dos 16 graus.
Com o fim do jogo chegando e a Colômbia precisando do empate, James passou a gesticular mandando o time para a frente. A pressão do time sul-americano foi crescendo.
Até que aos 48 minutos da segunda etapa veio um escanteio para a Colômbia. Na cobrança, Mina subiu mais que todo mundo e mandou de cabeça para o fundo da rede.
Explosão da torcida colombiana, de James e de Borja. Saltaram, gritaram e se abraçaram.
Mas o sufoco não havia acabado. Era hora da prorrogação. Foi ao gramado e deu palavras de incentivos aos companheiros.
Voltou ao seu lugar um pouco mais tranquilo. Ao menos à vista.
Aos 13 minutos, lamentou uma cabeçada de Falcao Garcia que quase foi para o gol.
O segundo tempo da prorrogação correu rápido. James se apoiava no acrílico, torcia. Devia ser enorme a raiva por não poder estar em campo ajudando a equipe.
Era a hora dos pênaltis. Mais uma vez foi ao gramado, se juntou à oração final dos colegas e voltou ao seu lugar. Vibrou muito com a defesa de Ospina em chute de Henderson. Pulou. Esmurrou o ar.
Mas também lamentou e muito as cobranças desperdiçadas por Uribe e Bacca.
Quando Dier fez o gol que eliminou sua Colômbia, correu rápido em direção ao gramado e tirou sua credencial com raiva. Colocou também a mão na nuca em sinal de frustração.
Foi ao vestiário, mas voltou rapidamente. Consolou Uribe que chorava muito e se sentou ao seu lado no banco de reservas.
Chegava ao fim ali a sua estada na Rússia, em um Mundial no qual jogou apenas 151 minutos e anotou um gol, na vitória de 3 a 0 sobre a Polônia.
O técnico Jose Pékerman lamentou não ter podido contar com James nesta terça.
"Nos faltou um jogador chave na seleção, o jogador mais importante na criação. Um jogador determinante. Lamentavelmente não o tivemos em condição", disse o treinador.