Bolsa emenda segundo dia de queda puxada por Petrobras e cautela com eleições
A quarta-feira (8) foi mais um dia de volatilidade na Bolsa brasileira, com investidores cautelosos em relação ao cenário eleitoral e preços do petróleo em queda afetando a Petrobras. O dólar fechou estável a R$ 3,767.
O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas, caiu 1,49%, a 79.149,44 pontos. Ao longo do dia, o índice chegou a subir ligeiramente, para 80.911,9 pontos, reagindo em parte às perdas acentuadas do pregão anterior.
Com um mercado tomado por rumores, a Bolsa perdeu 0,87% na terça-feira (7). Em dois dias, acumula queda de 2,35%.
"A manhã foi tranquila, mas porque a Bolsa vinha de um movimento de baixa", diz Adriano Fontes, da Saga Capital.
As ações da Petrobras puxaram o índice para baixo nesta sessão. Os papéis preferenciais caíram 2,75%, e os ordinários, 2,02%, conforme os preços do petróleo no exterior cederam mais de 3%.
No pano de fundo internacional, há ainda a tensão comercial entre Estados Unidos e China, que corrobora para um fortalecimento do dólar no mundo, sobretudo em relação aos emergentes. Pequim anunciou que vai impor tarifas adicionais de importação de 25% sobre US$ 16 bilhões em produtos americanos.
"Depois de um ajuste pontual na parte da manhã, o mercado, que estava mais descolado do externo, não ficou imune, com petróleo caindo e emergentes sofrendo no contexto da guerra comercial", diz Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos.
Das 31 principais divisas do mundo, 17 se desvalorizaram em relação ao dólar. O rublo russo liderou as perdas (-3,01%), seguido pelo peso argentino (-1,34%) e lira turca (-1,17%).
As maiores bolsas da Europa fecharam no vermelho. O Dow Jones, principal índice de Nova York, perdeu 0,18%.
No cenário local, investidores avaliavam os resultados da pesquisa CNT (Confederação Nacional do Transporte)/MDA divulgada nesta quarta, que mostrou Jair Bolsonaro (PSL) numericamente à frente de Geraldo Alckmin (PSDB) na intenção de voto dos paulistas. Alckmin é visto pelo mercado como um candidato mais reformista, o que agrada investidores.
A pesquisa para presidente abordou cenários com e sem a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O cenário sem Lula traria Jair Bolsonaro, com 18,9% e Alckmin, com 15%, à frente no estado. Atrás, vêm Marina Silva (Rede), com 8,4%; Fernando Haddad (PT), 8,3%; Ciro Gomes (PDT) 6%; e Álvaro Dias (Podemos), 1,8%.
O cenário com Lula traz o petista à frente (21,8%), Bolsonaro (18,4%) e Alckmin (14%).
A pesquisa realizou 2.002 entrevistas, em 75 municípios de todas as regiões do estado, entre os dias 02 e 05 de agosto, com 95% de nível de confiança. O registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é BR-05911/2018 e no TRE (Tribunal Regional Eleitoral), SP-04729/2018.
"É uma virada de posições e de alocações, de diminuição de risco no aguardo de confirmações eleitorais", afirma Fontes.