Bolsonaro admite possibilidade de privatizar a Petrobras, apesar de se dizer 'pessoalmente contra'
O pré-candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, afirmou que existe a possibilidade de privatizar a Petrobras, se eleito em outubro, apesar de ser "pessoalmente contra" a ideia.
"Se não tiver uma solução, eu sugiro a privatização da Petrobras. Acaba com esse monopólio estatal. Se não tiver solução, tem que privatizar", disse em entrevista ao Central das Eleições, programa da GloboNews, nesta sexta (3). "Eu entendo que a Petrobras é estratégica. Por isso eu não gostaria de privatizá-la, esse é o sentimento meu. Então é o recado que eu dou para o pessoal da Petrobras: vamos ajudar a buscar uma solução."
Bolsonaro também afirmou que acha estratégico manter o Banco do Brasil e a Caixa como estatais, sinalizando que não pretende privatizá-los. Sobre os Correios, o presidenciável afirmou que a estatal "lamentavelmente não tem jeito".
Dizendo que nos governos do PT foram criadas estatais sem necessidade, Bolsonaro também afirmou que a solução não é privatizar, e sim extinguir. "Porque ninguém vai querer comprar", afirmou o candidato sobre Empresa Brasil de Comunicação "Até a nossa TV oficial, quem é que está lá? Basicamente, 'companheiros' da imprensa gastando um bilhão de reais por ano".
Bolsonaro também afirmou que está "cumprindo uma missão de Deus", ao se candidatar à Presidência e que terá alguém do seu partido como vice. "Meu vice vai ser do PSL, chapa pura. Ou a senhora Janaína Paschoal ou o príncipe [Luiz Philippe de Orléans e Bragança]. O que está faltando é que eu estou conversando com a Janaína e ela apresenta alguns problemas familiares, ela tem dois filhos”, disse.
Co-autora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff em 2016, Paschoal chegou a sentar ao lado do presidenciável durante convenção do PSL. Mas, ao discursar, irritou Bolsonaro e seus aliados com uma fala pedindo moderação e criticando apoio cego ao deputado.
Já o príncipe, que não está na linha de sucessão direta do trono abolido em 1889, é o fundador do movimento antipetista Acorda Brasil, em 2014.
Respondendo perguntas sobre a economia, Bolsonaro repetiu discurso adotado em outras entrevistas, de que confia no economista Paulo Guedes, o responsável pelo seu programa econômico, e que foi humilde ao afirmar que não entende de economia. "Sei o que o povo precisa: inflação baixa, taxa de juros menor, dólar menor que não atrapalhe quem quer importar ou exportar, pagar a dividia sem precisar aumentar imposto."
De acordo com pesquisa Ibope divulgada pela TV Bandeirantes nesta sexta, Bolsonaro aparece com 16% das intenções de voto no estado de São Paulo, num cenário sem Lula. De acordo com o instituto, ele está tecnicamente empatado com o tucano Geraldo Alckmin, que tem 19%.
No mesmo dia em que foram divulgados vídeos mostram a advogada Tatiane Spitzner sendo agredida pelo marido, o professor Luís Felipe Manvailer, antes de cair do quarto andar do prédio onde morava, em Guarapuava (PR), no final de julho, Bolsonaro disse que mulheres não querem "lei do feminicídio no bolso".
"Pergunto se elas preferem a lei do feminicídio no bolso ou a pistola na bolsa e elas são unanimes.
Para mim não tem que ter lei de feminicídio, se cometeu um crime tem que cumprir 30 anos de cadeia", afirmou.