Bolsonaro declara patrimônio similar ao de 4 anos atrás
O presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) declarou nesta terça-feira (14) à Justiça Eleitoral ter patrimônio de R$ 2,287 milhões, número similar ao que informou quatro anos antes e bem abaixo do que realmente valem seus bens, que incluem cinco imóveis no Rio e em Brasília, veículos e aplicações financeiras.
Em janeiro, a Folha revelou que o então pré-candidato multiplicou seu patrimônio na política. Tendo iniciado a vida parlamentar no final dos anos 80 com bens que somavam cerca de R$ 10 mil em valores atuais, atualmente só suas quatro casas e o apartamento têm valor de mercado de pelo menos R$ 7 milhões.
O valor representa mais que o triplo do declarado por Bolsonaro. A prática não é ilegal. A lei exige apenas o informe de bens.
O presidenciável e seus três filhos que também têm mandato parlamentar acumulavam 13 imóveis com preço de mercado de ao menos R$ 15 milhões.
Uma das poucas alterações feitas na declaração de Bolsonaro em relação à de 2014, quando disputou o seu sétimo mandato de deputado federal, foi a elevação do preço de uma das casas que têm em condomínio fechado na Barra da Tijuca, uma das áreas mais valorizadas do Rio de Janeiro.
Em 2014 ela estava declarada com o preço de R$ 500 mil. Agora, está com valor de R$ 603 mil.
Em janeiro, quando a Folha foi ao condomínio, uma das casas de Bolsonaro estava passando por reformas.
As aplicações financeiras declaradas também se mantiveram em torno de R$ 580 mil.
Já o valor dos veículos que têm aumentou: de R$ 206 mil em 2014 para R$ 330 mi agora.
Ainda não é possível saber o que de fato mudou na frota do presidenciável.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ainda continua divulgando dados genéricos da lista de bens dos parlamentares, embora tenha afirmado na semana passada, após reportagem da Folha apontar a diminuição da transparência, que ia voltar ao modelo antigo de divulgação mais detalhada.
Sete dos 13 candidatos a presidente já registraram suas candidaturas. O prazo termina nesta quarta-feira (15). Com base nos bens declarados até agora, Bolsonaro é o segundo mais rico, perdendo apenas para o empresário João Amoêdo (Novo), que registrou bens no valor de R$ 425 milhões.
VICE
O general da reserva Hamilton Mourão, vice de Bolsonaro, declarou-se como indígena no registro de candidatura.
Recentemente, ele disse ser descendente de indígenas para tentar afastar críticas de declaração pelo qual foi criticado. Ele afirmou em palestra que o brasileiro herdou a preguiça de africanos e a indolência dos índios.
Mourão apresentou um patrimônio de R$ 414 mil, afirmado ser proprietário de um veículo de R$ 61 mil e de um apartamento de R$ 204 mil. Ele afirmou à Justiça eleitoral ter uma aplicação de R$ 2.203,33 em poupança e de R$ 147.446,71 em renda fixa.