Brasil reduz equipe e tenta repetir bom desempenho nos Jogos da Juventude

Considerada uma espécie de laboratório pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), a Olimpíada da Juventude de Buenos Aires (ARG) começa neste sábado (6), com o Brasil tentando repetir o bom desempenho da edição anterior, em Nanquim (CHN), quando ficou entre os dez primeiros do quadro de medalhas, mas com uma delegação quase 20% maior.

Para este ano, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) enviará uma equipe composta por 79 atletas (50 homens e 29 mulheres), número inferior ao dos Jogos de 2014. Na ocasião, o Brasil contou com 97 atletas, atrás apenas da China, com 123.

Na edição inaugural da Olimpíada da Juventude, disputada em 2010, em Singapura, o Brasil esteve presente com 81 atletas.

O plano inicial era que a delegação que já se encontra em Buenos Aires repetisse o número de 2010. Mas uma lesão sofrida pela ciclista Bruna Elias, que competia no ciclismo combinado ao lado de Amanda Kunkel —um evento que fará sua estreia nos Jogos da Juventude—, diminuiu o total para 79 —18,56% menos do que na edição de 2014.

Segundo o COB, a maior participação na edição anterior  se justifica pelos investimentos feitos no esporte brasileiro durante a preparação para a Olimpíada Rio-2016.

“Não dá para comparar a nossa expectativa para este ano em relação à Nanquim, pois a equipe acabou pegando uma carona nos investimentos diretos e indiretos que eram feitos visando à Olimpíada no Rio de Janeiro”, afirmou Sebastian Pereira, chefe de missão do Brasil nos Jogos de Buenos Aires.

Mesmo com um número menor de atletas, o COB pretende usar a Olimpíada da Juventude para colocar em seu radar futuros medalhistas olímpicos. Os Jogos reúnem atletas com idade entre 15 e 18 anos.

Foi na edição inaugural da Olimpíada da Juventude que despontaram dois nomes que subiram ao pódio seis anos depois, na Rio-2016.

Atual campeão olímpico no salto com vara, Thiago Braz obteve a medalha de prata em Singapura, com a marca de 5,05 m —sua melhor na carreira até então. Na mesma edição, Felipe Wu, que com a prata no tiro esportivo obteve a primeira medalha do Brasil na Rio-2016, ficou em segundo lugar na prova da pistola de ar 10 m.

A edição seguinte, em Nanjing (CHN), teve como saldo dois nomes que, se ainda não foram medalhistas olímpicos, aparecem com destaque em suas respectivas modalidades no esporte brasileiro.

Flavia Saraiva, quinta colocada na prova da trave na Rio-2016 e uma das esperanças da ginástica artística para Tóquio-2020, saiu dos Jogos da Juventude de 2014 com três medalhas. Uma de ouro, no solo, e duas de prata, no individual geral e na trave.

No tênis de mesa, Hugo Calderano conquistou a medalha de bronze na China, dois anos antes de ficar em nono lugar na Olimpíada do Rio. Atualmente, ocupa o nono lugar no ranking mundial, posição jamais alcançada por um mesa-tenista latino-americano.

O COB não nega que uma das principais utilidades da Olimpíada da Juventude é garimpar novos talentos. “Claro que conquistar medalhas no maior número de modalidades possível é um dos principais objetivos, mas dar uma vivência olímpica para alguns atletas com muito potencial também é importante”, afirmou Sebastian Pereira.

Nos Jogos da Juventude de 2010, o Brasil conquistou seis medalhas (duas de ouro) e em 2014 ganhou 13 (seis de ouro). Este ano, o COB prefere evitar fazer projeções de número de conquistas, mas tem algumas apostas de bons resultados.

“Não dá para cravar medalhas, mas acreditamos que temos chance de ter um bom desempenho no judô, boxe, natação, atletismo e tênis de mesa, além do futsal, que não é olímpico mas faz parte do programa esportivo dos Jogos”, afirmou Pereira.

Nestas modalidades, um dos destaques promete ser Luiz Gabriel Oliveira, no boxe, neto de Servílio de Oliveira, bronze na Cidade do México-1968 e primeiro brasileiro medalhista olímpico no boxe. 

Luiz Gabriel foi bronze no Mundial júnior realizado este ano, na Hungria, e será o porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura, que pela primeira vez em um evento olímpico será fora de um estádio —a festa acontecerá em torno do Obelisco, um dos principais pontos turísticos da cidade, na Avenida 9 de Julio.

A cerimônia de abertura não será a única inovação na edição deste ano dos Jogos. Pela primeira vez, um evento olímpico terá igualdade de gênero entre os participantes: serão 2.000 homens e 2.000 mulheres representando 179 comitês olímpicos nacionais.

O COI também costuma aproveitar a Olimpíada da Juventude para realizar testes antes de aplicá-los nos Jogos Olímpicos tradicionais. O basquete 3x3, escalada esportiva, skate e o ciclismo BMX freestyle, por exemplo, foram primeiro disputados nos Jogos da Juventude e estarão no programa olímpico de Tóquio-2020.

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