Brasil é o 3º maior alvo de ataques a objetos conectados, diz Symantec
O Brasil é o terceiro país que mais recebe ataques cibernéticos em dispositivos conectados à internet, informou a Symantec em relatório global divulgado nesta quarta-feira (27).
De todas as ameaças detectadas pela empresa de cibersegurança no segmento de Internet das Coisas, 9,8% ocorreram no Brasil. A China aparece em primeiro lugar (com 24%), seguida de Estados Unidos (10,1%).
"A Internet das Coisas está na mira. Os ataques acontecem em câmeras, normalmente muito baratas, que que têm microfone, repassam dados às empresas e podem ser acessadas de forma remota. Além disso, as pessoas não alteram a senha que vem da fábrica", diz Vladimir Amarante, diretor de engenharia da Symantec Latam.
É comum que países como China e Brasil liderem os rankings do tipo devido ao número de pessoas conectadas à internet. No entanto, o Brasil subiu três posições no principal índice de segurança digital de 2018, que leva em conta oito crimes digitais (do envio de vírus por email ao sequestro digital de máquinas).
Em 2017, ocupava o sétimo lugar na lista de mais ameaçados. No ano passado, subiu para a quarta posição, atrás de Índia, China e EUA. Na América Latina e Caribe, mantém há anos o primeiro lugar.
Para a Symantec, o problema do Brasil se deu pelo crescimento no acesso a dispositivos móveis.
“No ano passado, o número de aparelhos conectados ultrapassou a população brasileira pela primeira vez. Com as pessoas conectadas por mais tempo, é natural que a exposição aumente”, diz André Carraretto, estrategista de cibersegurança da empresa.
O Brasil registrou aumento em ataques realizados por robôs, em ramsonware (sequestro de dados pessoais), cryptojacking (roubo de processamento para a mineração de criptomoedas), phishing por email (quando o criminoso induz o usuário a baixar um programa ou a clicar em um link) e malware (vírus).
Todos os anos, a Symantec elenca as principais tendências no cibercrime. Em 2018, o destaque foi o formjacking, roubo de informações de cartões de crédito feito enquanto a vítima preenche formulários para fazer compras na internet.
A cada mês de 2018, uma média de 4,8 mil sites de vendas foram infectados com código malicioso para roubo de informações financeiras. A empresa bloqueou 3,7 milhões de tentativas de extorsão.
“Com dados de um único cartão de crédito sendo vendidos por US$ 45 na deep web, 10 cartões poderiam resultar em US$ 2,2 milhões ao cibercrime por mês”, diz o relatório.
Para evitar esse crime, os especialistas sugerem que as pessoas criem um cartão virtual em seu aplicativo bancário para realizar transações pela internet. A maioria dos grandes bancos oferece a alternativa.
De modo geral, os ataques a web aumentaram 56% em relação ao ano anterior. Um em cada 10 endereços eletrônicos analisados em 2018 tinha um código malicioso.
O relatório da Symantec é produzido a partir da sua base global de clientes, uma das maiores desse nicho de mercado, e inclui 157 países.