Brics defendem acordo entre Israel e palestinos para status de Jerusalém

Os cinco países dos Brics decidiram nesta quinta-feira (26), em cúpula em Joanesburgo, na África do Sul, marcar posição com relação ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelos Estados Unidos.

Na declaração final do encontro, Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul disseram que o status da cidade deveria ser uma das últimas questões a se definirem da negociação entre israelenses e palestinos.

“Reiteramos que o status de Jerusalém é um dos assuntos finais a serem definidos no contexto das negociações entre Israel e Palestina”, diz o texto, que pede um acordo para a criação de um Estado palestino independente, viável e territorialmente contínuo.

O conflito entre israelenses e palestinos já vinha sendo citado nas declarações dos Brics, mas a citação ao status de Jerusalém foi provocada pelo anúncio, feito em dezembro de 2017, da transferência da embaixada americana em Israel para Jerusalém.

A mudança reverteu quase sete décadas de política externa americana, período em que o país se posicionou como principal negociador da paz na região. Foi aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos em 1995, mas decidida apenas na gestão Donald Trump.

A medida gerou protestos entre os palestinos, que também consideram Jerusalém sua capital e cidade sagrada. Desde 1947, por determinação da ONU (Organização das Nações Unidas), a cidade está em regime internacional, sem controle exclusivo de árabes, judeus ou cristãos.

O Brasil concorda com a crítica à decisão do governo americano, mas sempre evitou se manifestar publicamente sobre o tema. Fonte do Itamaraty diz que a posição é compartilhada por todos os membros dos Brics. 

Em 2016, os Brics citaram Jerusalém, em uma defesa do reconhecimento de Estado palestino de acordo com resolução de 1967 que indicava a parte leste da cidade como sua capital. 

Na cúpula de 2018, os Estados Unidos se tornaram protagonistas em críticas contra a guerra comercial iniciada pelo governo Trump, com imposição de barreiras à importação, que prejudicam especialmente a China.

O texto prega ainda o reforço do papel da ONU na resolução de conflitos. “Enfatizamos a natureza indivisível da paz e segurança e reiteramos que nenhum país deve privilegiar a sua segurança em detrimento da segurança de outros”.

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