Cantor português Diogo Piçarra fala sobre duo Anavitória e como tem conquistado brasileiros

São Paulo

Há um ano, poucos brasileiros conheciam o português Diogo Piçarra, 27, um cantor romântico que lançava seu segundo álbum, "Dois". Desde então, a legião de fãs se multiplicou por aqui quando ele gravou o sucesso "Trevo", em parceria com o duo Anavitória. 

Diogo se tornou conhecido em Portugal depois de vencer, em 2012, o programa Ídolos. Três anos depois, ele lançou seu álbum de estreia, "Espelho", e agora se sente pronto para atravessar o Atlântico e investir no mercado internacional.

"Queria muito vir ao Brasil mas não encontrava ninguém para fazer uma parceria e foi uma sorte, quase uma coincidência, saber que o duo Anavitória também quisesse investir em Portugal. Já as conhecia, então foi muito rápido", explicou o cantor. 

Juntos, gravaram a música e o clipe, filmado em uma tarde apenas, em São Paulo, em agosto de 2017 e lançado neste ano. O contato com a dupla foi uma porta aberta para um público novo, mais jovem e mais pop que os seus ouvintes, em sua maioria, portugueses. 

"Lá meus fãs são muito diversificados e têm de 8 a 80 anos. No Brasil, graças às meninas, pude ver como o público mais jovem gosta de mim e, acima de tudo, gostam de música e buscam não só artistas americanos."

Esse contato inicial foi um dos motivos pelo qual Piçarra optou por relançar o disco "Dois" no Brasil, em junho de 2018. O álbum, diferente do seu primeiro trabalho, tem uma batida mais pop e letras menos românticas —uma característica de sua obra até então. 

Guardadas as diferenças culturais das línguas, Diogo diz que se sente confortável com os ares brasileiros. "Há sempre um ponto de encontro entre os nossos povos. Ainda me sinto um pouco em casa aqui, mas é claro que nos distanciamos um pouco na música, na comida e no nosso sotaque. Vocês têm uma comida muito boa, mas Portugal, para mim, é Portugal."

Para o novo trabalho, Piçarra compôs a maioria das canções e coproduziu o arranjo musical de sete faixas, em parceria com seis produtores do mercado internacional. A inspiração para as letras e batidas também mudaram um pouco. 

"Nesse segundo disco busco uma música mais versátil, tanto em termos instrumentais, com uma batida mais eletrônica, quanto em relação à letra e a interpretação. Abri mais meu horizonte para que a minha música alcance um público maior", afirma Piçarra. 

Ele passou a se inspirar na carreira de artistas como Justin Bieber e The Chainsmokers. Recentemente, Piçarra participou de um projeto com a banda 30 Seconds to Mars, cujo ápice foi cantar em um show de Jared Leto, em Lisboa. 

Apesar de ter ampliado a agenda de shows e de trabalho com o novo álbum, Piçarra quer manter o controle de tudo o que leva seu nome. No YouTube, a maioria de seus clipes são produzidos por ele próprio –que também atua e, muitas vezes, edita. 

"Sempre foi assim, decorrente do fato de eu não ter ninguém quando era desconhecido e fazia tudo sozinho. 'Covers', as edições, gravar tudo no estúdio e depois sair com meu irmão para filmar e ainda hoje em dia mantenho esse método de fazer boa parte sozinho."

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