Capital croata comemora vice com música, palmas, vuvuzela e sinalizadores
Quatro torcedores croatas colocaram uma mesa e cadeiras no meio de uma avenida do centro da capital, Zagreb, e ficaram por ali, bebendo e gritando para os carros que passavam. Isso ocorreu uma hora após o fim do jogo que deu o título da Copa do Mundo para a França.
Essa e outras cenas presenciadas pela reportagem, como gente se equilibrando no teto de veículos em movimento, mostram como a população encarou o resultado, de 4 a 2: tal qual uma vitória, reconhecendo a campanha histórica da seleção, em sua quinta participação em um Mundial.
Logo após a partida, exibida em um telão na praça Ban Josip Jelacic, no coração da cidade, nada de a multidão se desmobilizar. Os torcedores seguiram cantando, batendo palmas, soprando vuvuzelas e usando o estoque de sinalizadores. E foi assim durante o jogo inteiro. A cada bola levantada na área francesa surgiam gritos precoces de gol. Cada jogada favorável à Croácia era comemorada, mesmo que apenas um lateral.
Nas duas vezes em que o time báltico mexeu no placar, voou cerveja em Zagreb. Copos e mais copos eram arremessados para o alto, e a fumaça dos sinalizadores acesos chegava a encobrir a visão por alguns minutos.
Por outro lado, toda a vez em que a França marcava, a reação instantânea era silenciosa, muitos apenas levavam as mãos à cabeça. Com o reinício da partida, voltavam junto os gritos e os cantos.
A exceção talvez tenha sido a terceira vez em que os bleus anotaram, com o meia Pogba. Esse parece ter doído mais. Perto da reportagem, um pai consolava um filho com um beijo. Outro torcedor fazia caretas enquanto esfregava as têmporas.
A polícia não divulgou o público presente, mas conforme a bola viajava no campo, era preciso se contorcer para tentar achar um ângulo que desse visão para o telão. Não havia um perfil de torcedor específico. Até turistas de passagem pelo país, em sua maioria chineses, se renderam à festa e adotaram o look quadriculado em vermelho e branco.
O dia na capital começou chuvoso e seguiu assim até o começo da tarde. Duas horas antes da partida, já sob sol, encontrar um táxi já era uma tarefa complicada. O mesmo para Ubers, ainda que o preço estivesse 1,5 vez o valor normal.
No caminho até a Ban Josip Jelacic, o taxista mencionou que era possível assistir ao jogo em lugares mais tranquilos, mesmo no centro. “Mas a praça não é o melhor lugar?“, retrucou a reportagem.
“Sim, mas pode dar alguma confusão, já vi um monte de gente bêbada por aí hoje. Se bem que todo mundo vai ficar bêbado hoje, é a final da Copa do Mundo“, completou.
Os croatas, que mostraram saber perder, devem receber a seleção nesta segunda (16) com mais festa. É a expectativa da polícia e da prefeitura da cidade, que já têm um plano para a chegada do time.
Os jogadores devem desembarcar no aeroporto internacional Franjo Tudman às 14h (às 9h no horário brasileiro), de onde seguem em carreata até o centro da cidade.
O destino final é a praça Ban Josip Jelacic (sempre ela). O tráfego de carros e bondes na região central será suspenso.