Carros chineses começam a crescer em vendas

​​Carros chineses começam a recuperar mercado. A onda atual não é avassaladora como a esperada em 2011, mas consistente.

Há sete anos, o governo Dilma Rousseff estipulava uma sobretaxa a veículos importados de fora do Mercosul e iniciava o calvário de JAC e Chery, as duas maiores importadoras chinesas na época.

Somadas, as vendas dessas empresas tiveram queda de 40% entre agosto e outubro de 2011 — a regra que aumentou o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) havia sido anunciada em setembro.

Hoje, Chery — que foi incorporada pelo grupo Caoa e produz no Brasil— e JAC crescem acima do mercado, embora sobre bases rasas.

Lançamentos recentes mostram a evolução dos carros. Se antes o destaque era o preço mais baixo, agora oferecem qualidade construtiva.

O sedã Caoa Chery Arrizo 5 tem o mesmo porte de um Honda City e pode ser equipado com seis airbags na versão RXT (R$ 73 mil), algo raro entre os veículos de seu porte. O câmbio é automático e o motor 1.5 turbo flex tem 150 cv de potência. Sua linha de montagem está em Jacareí (a 89 km de São Paulo).

Na JAC, a novidade é o T50 1.6 (R$ 84 mil). O utilitário chega em um momento difícil para o importador, o grupo SHC, que passa por recuperação judicial. Mas é justo dizer que o modelo está alinhado aos concorrentes, embora não ofereça airbags laterais.

São carros bem equipados e que transmitem robustez, algo fundamental para superar a imagem ruim deixada por diversos automóveis de origem chinesa importados na década passada. É cedo para dizer se farão sucesso, mas já merecem um olhar atento.

 

A sala lotada fervilhava em sotaques à espera de Carlos Ghosn. O executivo, que então comandava a Aliança Renault Nissan, respondeu perguntas em três idiomas na entrevista realizada no Salão do Automóvel de Tóquio, em 2015. Foi a última vez em que o vi pessoalmente.

Ghosn, que foi preso em Tóquio por suspeita de fraude fiscal, conduzia os encontros como aulas. Tinha o poder de convencimento, e também os poderes de atrair atenções e de monopolizar decisões. Talvez seja esse o problema do executivo que nasceu em Rondônia: poder demais.

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