Chievo abaixo de zero

O Chievo, de Verona, é o pior time das principais ligas europeias (Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália) após dez rodadas de competição na temporada 2018/2019.

Lanterninha do Campeonato Italiano, a equipe empatou dois jogos e perdeu oito (incluindo os seis mais recentes), sendo dois de goleada: 6 a 1 para a Fiorentina e 5 a 1 para o Atalanta.

Não que se esperasse uma grande campanha do clube que terminou o campeonato de 2017/2018 apenas na 13ª posição (com cinco pontos a mais que o primeiro rebaixado), mas há um fato curioso que deprime ainda mais a péssima performance.

Apesar de ter empatado duas vezes, quem olha a tabela não vê o time com dois pontos, mas com -1 ponto.

Não é erro. O Chievo está mesmo com a pontuação no negativo.

Em setembro, com a Série A já em andamento, a Federação Italiana de Futebol puniu o clube com a perda de três pontos e multa de € 200 mil (R$ 842 mil) por concluir que o clube forjou sua contabilidade.

Conforme investigação, de 2015 a 2018 o Chievo registrou preços inflacionados em negociações com o Cesena – hoje falido – para apresentar um balanço favorável, com lucros que na realidade não existiram.

A saúde financeira era condição para o clube poder ter o registro de participação na Série A aceito.

Além da supressão dos pontos e da sanção financeira, o clube também teve seu presidente, Luca Campedelli, banido do futebol por três meses.

Os promotores queriam uma pena ainda maior pela irregularidade: retirada de 15 pontos e suspensão de três anos para Campedelli, mas não conseguiu.

Tampouco o Chievo teve sucesso ao recorrer da punição, mantida na Corte Federal de Apelações na semana passada.

Perda de pontos à parte, a equipe apresenta desempenho deplorável desde o início do campeonato, na metade de agosto.

Nesses dez jogos no intervalo de dois meses e meio, marcou oito gols (menos de um por jogo) e levou 26 (quase três por partida).

O treinador Giampiero Ventura observa treino físico do Chievo (Reprodução/Site do AC ChievoVerona)

Já houve inclusive troca de treinador. Lorenzo D’Anna caiu, e para substituí-lo a direção escolheu o veteraníssimo Giampiero Ventura, 24 anos mais velho que o antecessor.

Ventura, com sete décadas de vida, é ninguém mais, ninguém menos que “o inimigo público número 1” do futebol italiano, nas palavras de Vilizar Yakimov, em texto analítico para o site Football Italia. Por quê?

Porque ele é o técnico que esteve à frente da seleção italiana em um dos maiores fiascos da história da Squadra Azzurra, a não classificação para a Copa do Mundo deste ano, na Rússia.

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Em dois confrontos com Ventura no leme, duas derrotas, a goleada ante o Atalanta e um 2 a 1 contra o Cagliari, no domingo passado.

Sem moral e sem perspectiva – a diferença para o primeiro rival fora da zona do rebaixamento é de dez pontos –, o Chievo tentará neste domingo (4), como mandante diante do surpreendente Sassuolo (nono na tabela liderada pela invicta Juventus, de Cristiano Ronaldo e cia.), ao menos deixar de estar abaixo de zero.

Em tempo 1: O Chievo carece de jogadores de alto nível para tentar uma reação no Italiano. Seu jogador de mais renome, a quem considero somente mediano, é o meia Giaccherini, de 33 anos, que integrou o elenco da Azzurra na Eurocopa de 2016, quando o treinador da seleção ainda era Antonio Conte. Não há brasileiros na equipe.

Em tempo 2: Além do Chievo, dois clubes dos grandes campeonatos europeus ainda não ganharam nesta temporada, ambos ingleses. Tanto Newcastle como Huddersfield empataram três partidas e perderam sete na Premier League.

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