China negocia acordo de livre-comércio com Panamá
Panamá e China começaram a negociar um acordo de livre-comércio, com o qual Pequim procura se expandir na América Latina.
Esta primeira rodada de negociações vai se estender até sexta-feira na Cidade do Panamá e o segundo encontro será em agosto em Pequim, indicou à imprensa o ministro panamenho de Comércio e Indústrias, Augusto Arosemena.
"O Panamá tem muitas vantagens para a China, e a China, por sua vez, representa muitas oportunidades e vantagens para o Panamá", disse Arosemena.
"Atrair investimentos chineses, posicionando-nos como porta de entrada para esses produtos e investimentos chineses para toda a região, é um dos principais focos que os dois países definiram como princípios fundamentais na negociação", afirmou Arosemena.
"Podemos nos beneficiar mutuamente com um nível mais alto de comércio com a China ou com uma maior presença da China na região da América Latina", disse o embaixador da China no Panamá, Wei Qiang.
As negociações começam um ano depois de o Panamá ter estabelecido relações diplomáticas com a China depois de romper com Taiwan.
A China é o terceiro destino das exportações panamenhas, com mais de US$ 42 milhões em 2017. Só no primeiro trimestre do ano, o Panamá aumentou as exportações para a China em 10%.
O Panamá vende ao país asiático principalmente café, peles de bovino e farinha de pescado, e vislumbra a possibilidade de vender frutas, cacau e produtos do mar.
Também espera atrair investimentos chineses para obras de infraestrutura, como portos, pontes, estradas, usinas de energia, trens e linhas de metrô.
Com uma economia dolarizada, um canal interoceânico e um sistema financeiro com uma centena de bancos, o país centro-americano quer se tornar um centro logístico para a distribuição de mercadorias da Ásia na América Latina.
"O Panamá tem condições naturais excelentes como hub logístico, comercial e centro de distribuição e provisionamento", disse Wei.
A China, por sua vez, exporta ao Panamá telefones celulares e aparelhos de TV, pneus, brinquedos, tênis e sapatos.
Além disso, é o segundo maior usuário do Canal do Panamá, depois dos Estados Unidos, e o principal país de origem de mercadorias, distribuídas ao continente através da zona franca panamenha de Colón, a maior da região.