Chuva e discussão sobre asfalto encarecerão obras
A demora para se equacionar a política de preços do asfalto em 2018 pode tornar as obras de manutenção de rodovias mais caras após o período de chuvas no início deste ano.
A Petrobras, responsável pelo fornecimento do insumo, passou a reajustar os valores mensalmente em maio do ano passado.
Os contratos das prestadoras de serviço com o poder público, porém, só podiam ser alterados anualmente, o que gerou insatisfação das empresas.
Uma instrução do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte publicada na última sexta-feira (8) ofereceu uma solução para o realinhamento dos acordos.
Até então, obras de conservação foram conduzidas em ritmo lento porque as contratadas aguardavam uma decisão, segundo Emir Cadar Filho, presidente da Brasinfra (de entidades de infraestrutura).
“As estradas poderiam estar em situação melhor antes da temporada de chuvas.”
A consequência é que os serviços se tornam mais complexos e caros, diz Carlos Eduardo Prado, do Sinicesp (sindicato da construção pesada).
Em alguns casos, o objeto do contrato precisa até ser revisto, afirma Carlos Lima Jorge, da Apeop-SP (associação de empresas de infraestrutura).
“É como se uma companhia fosse contratada para pintar uma casa e houvesse vazamentos: ou se contrata alguém para resolver, ou é preciso cobrar a mais para compensar.”
Na atual situação fiscal e com o debate sobre o asfalto, poderá ser complicado discutir novos reajustes, afirma.
Norma contábil mudará regras para contratos de aluguéis
Agregar dados de arrendamento será a principal dificuldade das empresas na divulgação do balanço do primeiro trimestre deste ano.
Novas normas de contabilidade para os resultados passaram a vigorar em 2019.
Até o ano passado, os aluguéis eram considerados uma despesa corrente, mas, agora, o montante a ser pago até o final do contrato é anotado como uma dívida, e o direito ao uso, um ativo.
A ideia é dar transparência à situação financeira da companhia—ela terá obrigação de fazer pagamentos mensais por um prazo, o que deve estar explícito no balanço.
“Os cálculos serão complexos porque algumas empresas têm mais de 10 mil contratos, é um volume muito grande para se considerar”, diz Isabelle Dassier, sócia de auditoria da Deloitte, que fez a pesquisa sobre o tema.
A nova regra implicará um decrescimento de despesas ao longo do tempo do aluguel por uma norma contábil de tratamento dos juros.
Portanto, se uma companhia tem muitos contratos recentes, seu resultado operacional inicial será menor.
Mais viagens de ‘busão’
As operadoras de turismo venderam mais pacotes de viagens em 2018, mas o tíquete médio caiu. O faturamento foi de R$ 13,1 bilhões, alta de 7,4% em relação a 2017, segundo a Braztoa (associação das operadoras de turismo).
O número de passageiros aumentou 17%. Grande parte optou por viagens domésticas e terrestres. O turismo nacional representou 77% dos embarques.
Os deslocamentos por terra foram o equivalente a 29% de todos os pacotes, contra 19% em 2017. Os que combinam o modal com avião caíram de 57% para 48%.
“O problema não foi a alta do dólar, mas a oscilação, que afetou as viagens internacionais”, diz Monica Samia, diretora-executiva da Braztoa.
Mesmo assim, mais brasileiros viajaram ao exterior em 2018 —aumento de 23,3%.
“Os cruzeiros foram a melhor opção de custo-benefício por terem todas as despesas incluídas. Ninguém quis gasto surpresa”, diz Aldo Leone Filho, presidente da Agaxtur.
Do Ribeira ao Paraíba
O número de fusões e aquisições de empresas no estado de São Paulo teve uma alta de 6,3% no ano passado, na comparação com 2017.
Foram fechadas 468 compras de companhias paulistas, de acordo com pesquisa da consultoria KPMG. É o segundo recorde de operações seguido.
O setor mais comum foi o de negócios com base na internet, e em segundo, tecnologia da informação.
O estado de São Paulo concentra as transações no Brasil, mas como o número é alto há anos, o crescimento porcentual não aparenta ser tão expressivo.
Minas Gerais, por exemplo, teve alta de 27%, mas o total de operações é o equivalente a 16% das que ocorreram com empresas paulistas. A maioria (60%) das aquisições foram feitas por outras companhias nacionais.
“Em momento de troca de tendência econômica, para cima ou para baixo, quem percebe antes são os investidores domésticos”, afirma Luis Motta, sócio da área de fusões e aquisições da KPMG.
com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Paula Soprana