Cofundadores do Instagram, americano e brasileiro vão deixar companhia, diz jornal
Os executivos Kevin Systrom e Mike Krieger, cofundadores do aplicativo para compartilhamento de fotos Instagram, devem deixar a empresa nas próximas semanas, segundo o jornal "The New York Times".
O jornal atribui a informação a pessoas próximas ao assunto que falaram sob condição de anonimato.
O americano Systrom, presidente executivo do Instagram, e o brasileiro Krieger,diretor de tecnologia da empresa, informaram ao Facebook e aos executivos do Instagram sobre sua decisão nesta segunda-feira, de acordo com a publicação.
Os dois não explicaram o motivo que os levaram a deixar a companhia, mas informaram que deverão tirar um período de descanso no primeiro momento.
A dupla trabalha junta desde 2010, quando começaram a desenvolver o projeto de software que, mais tarde, se tornaria o Instagram.
O Instagram foi comprado pelo Facebook em 2011 por US$ 1 bilhão (cerca de R$ 4,1 bilhões). Naquele momento, a rede social contava com cerca de 30 milhões de usuários.
Desde então, o crescimento da empresa foi acelerado e ela já superou os 1 bilhão de usuários.
O New York Times não localizou um porta-voz do Facebook para comentar o caso desta segunda-feira.
A saída dos cofundadores da empresa levanta questões sobre o futuro do Instagram em um momento em que o Facebook sofre com as maiores crises de sua história.
O Facebook vem sofrendo críticas pelo modo como trata da privacidade e dos dados de seus usuários --discussão que ganhou força com o escândalo do uso de informações pesssoais de milhões de usuários com fins eleitorais pela consultoria Cambridge Analytica-- e por ter servido de plataforma de disseminação de notícias falsas durante as eleições americanas de 2016, na qual o republicano Donald Trump foi eleito presidente.
Não é a primeira vez que fundadores de companhias compradas pelo Facebook tomam caminho semelhante.
Em abril, Jan Koum, um dos fundadores do WhatsApp, comprado pelo Facebook em 2014, deixou a empresa por ter preocupações em relação ao uso de dados pessoais de usuários pelo Facebook, segundo pessoas próximas ao caso.
No mês anterior, outro fundador do WhatsApp, Brian Acton, usou a hashtag #deletefacebook em críticas à companhia feitas no Twitter.