Com congresso, Brasil semeia o futuro da matemática

O Brasil não estava lá quando, em 9 de agosto de 1897, a Escola Politécnica Federal de Zurique abriu as portas aos 242 delegados (38 mulheres) do primeiro Congresso Internacional de Matemáticos (ICM).

O país quase não tinha instituições científicas. Escolas politécnicas estavam sendo criadas nas maiores cidades, oferecendo os primeiros cursos de engenharia fora da esfera militar. Graduações em matemática teriam de esperar algumas décadas mais.

Nos anos 1940, a USP tirou proveito da situação internacional para atrair renomados matemáticos europeus. O despertar nacional foi na década seguinte: criação do Impa (1952), adesão à União Matemática Internacional (1954), início dos Colóquios Brasileiros de Matemática (1957). Em 1962, Leopoldo Nachbin tornou-se nosso primeiro palestrante num ICM. Em 1969, foi criada a Sociedade 
Brasileira de Matemática.

O país que amanhã nesta quarta-feira (1º) as portas do Riocentro para mais de 3.000 delegados do ICM 2018 é outro. Seus matemáticos são respeitados em todo o mundo e formarão a 5ª maior delegação em número de palestrantes. 

Em 2014, Artur Avila, pesquisador do Impa, ganhou a Medalha Fields, premiação mais cobiçada da área, e este ano o Brasil ingressou no grupo de elite (Grupo 5) da União Matemática 
Internacional

Mais do que celebrar o passado, o objetivo do “nosso” ICM, desde que começamos a planejá-lo mais de seis anos atrás, sempre foi semear o futuro.

É por isso que neste ano os 576 medalhistas de ouro da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas serão convidados de honra do mais importante congresso mundial de matemáticos. Nesta manhã eles conhecerão, ao vivo e em primeira mão, os novos ganhadores da Medalha Fields. Será no mesmo pavilhão do Riocentro onde, nesta quarta-feira (1º), receberão suas próprias medalhas de ouro. Porque o futuro também começa hoje.

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