Com Jodie Whittaker, 'Doctor Who' volta mais assustadora e emotiva
Expansiva e sorridente, a atriz britânica Jodie Whittaker, 36, diz que receberá o mesmo que os seus antecessores —todos homens— para protagonizar a série "Doctor Who", da BBC.
"Mulher não é um gênero, nós somos a outra metade da população. Não deveria ser surpresa ver mulheres fazendo papéis de ação, mas sei que ainda é. Na minha opinião, não importa se é homem ou mulher. Somos todos atores contando uma história", afirmou ela.
A atriz fez sua apresentação pública como a primeira mulher "Doctor Who" em julho, durante o encontro anual de cultura pop Comic-Con, em San Diego, nos Estados Unidos. No mesmo mês a BBC divulgou o primeiro trailer da nova temporada na BBC One, no Reino Unido.
Desde então, a atriz recebe questionamentos sobre o seu salário. Desde que, no início do ano, a jornalista da BBC Carrie Gracie anunciou sua demissão como correspondente na China —e usou como motivo a disparidade salarial entre homens e mulheres no meio de comunicação—, o assunto está em pauta.
Whittaker é a 13ª artista a interpretar "Doctor Who" desde que o show começou a ser exibido em 1963.
De acordo com a tradição da série, quando um novo ator assume o personagem, o velho viajante do tempo se regenera em um novo corpo. Ela interpreta, assim, uma extraterrestre que explora o universo e uma nave que também é uma máquina do tempo.
A nova temporada não tem conexão com as anteriores, por isso pode ser vista mesmo por quem nunca a assistiu.
"Eu mesma não conhecia o seriado quando fiz o teste [para o papel] e não sabia a dimensão dele", afirma.
Whittaker diz que contribuiu na escolha do figurino da sua personagem. "Troquei fotos de uma mulher que eu achei na internet com o diretor. Não sei a época dela, mas era atemporal."
"O cabelo dela está bagunçado nessa foto, e ela caminha de um jeito destemido e determinado. Representa atitude —exatamente o que eu quero emprestar à minha personagem", diz.
O produtor executivo e roteirista da série, Chris Chibnall, promete uma temporada mais engraçada, assustadora e emotiva. "'Doctor Who' é tudo ao mesmo tempo: cômico, sombrio, emocionante. O que eu queria fazer era uma série que demonstrasse o fôlego, a variedade e o alcance do seriado", afirma ele.
Questionado sobre como manter contemporânea uma série que existe há mais de 50 anos, Chibnall diz que tentou se manter antenado.
"Essa é a questão que a gente tem se feito neste ano. 'Doctor Who', na era Netflix, tem que acompanhar o 'Black Mirror' [seriado] e outros. Você conta boas histórias com bons atores. 'Doctor Who' é a ideia mais brilhante que já houve na história da TV. É claro que a gente deu um upgrade para acompanhar esse novo momento", afirma.
No Brasil, a série será transmitida pelo serviço de streaming Crackle a partir de 7/10. A rede Cinemark a exibirá nos cinemas na mesma data.