Com paralisação, serviços recuam 3,8% em maio e têm pior queda mensal desde 2011
A paralisação dos caminhoneiros reverteu o viés positivo com o qual o setor de serviços brasileiro iniciou o segundo semestre.
O volume de serviços caiu 3,8% em maio ante abril, quando havia registrado alta mensal de 1%, a primeira no ano. Foi o resultado negativo mais intenso da série histórica iniciada em janeiro de 2011, apontou o IBGE nesta sexta-feira (13).
Em relação a maio de 2017, a queda também foi de 3,8%.
As informações são da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), que fecha o ciclo de levantamentos que capturam o impacto dos protestos de caminhoneiros em importantes setores da economia durante o mês de maio.
O movimento começou em 21 de maio e durou 11 dias. Bloqueios em estradas do país levaram ao desabastecimento de alimentos e combustíveis, o que pressionou os preços no período.
Junho registrou a maior inflação em 23 anos. O IPCA, índice oficial de inflação no país, teve alta de 1,26%, a maior para o mês desde 1995. Considerando todos os meses, foi o maior índice desde janeiro de 2016. Em maio, a inflação havia sido de 0,4%.
A indústria recuou a patamares de 2003. A produção industrial teve queda de 10,9% em maio ante abril. O resultado foi o pior desde dezembro de 2008, durante a crise internacional, quando o arrefecimento da atividade econômica mundial fez a produção recuar 11,2%.
Dos 14 estados pesquisados pelo IBGE, 13 registraram queda na produção industrial no período. Os mais afetados foram Mato Grosso (-24,2%), Paraná (-18,4%), Bahia (15%) e Santa Catarina (-15%). A exceção foi o estado do Pará, que teve alta de 9,2%.
As vendas no varejo também recuaram em maio, registrando o primeiro resultado mensal negativo do ano.
O volume de vendas caiu 0,6% na comparação com abril, resultado mais fraco desde a queda de 0,8% em 2016.
Maio costuma ser um mês bom para o varejo, devido à comemoração do Dia das Mães, mas seis das oito atividades pesquisadas pelo IBGE caíram.