Com porte menor, Festival Satyrianas volta a ocupar a Roosevelt em outubro
Tradicional festival de teatro do centro paulistano, a Satyrianas volta a ocupar a praça Roosevelt em sua 19ª edição, mas com uma programação mais acanhada.
No ano passado, a mostra deixou de ocorrer no espaço pela primeira vez desde sua criação, em 2000. Isso porque uma portaria da prefeitura proibiu eventos e blocos de Carnaval na praça –a medida, diz o documento, atendia a reclamações de moradores.
Uma portaria complementar, publicada no dia 17, pretende reverter em parte a proibição. Foi criada em acordo entre a Secretaria Municipal de Cultura, artistas e a recém-fundada Associação dos Moradores da Praça Roosevelt.
O novo texto prevê a realização de eventos na praça, mas estabelece um limite de volume (até 60 decibéis) e de horário (entre as 7h e as 22h).
Assim, a Satyrianas, que acontece de 11 a 14 de outubro, não contará com os costumeiros shows, e a programação noturna ficará delimitada aos teatros da praça.
“Nós queremos os eventos, entendemos que a praça fica mais segura e oxigenada, mas eles precisam respeitar os moradores”, diz Fernando Mazzarolo, presidente da Ampro.
Com o acordo, a Roosevelt receberá uma programação paralela. Apelidada de Arte na Praça, ela tem curadoria do grupo Os Satyros, que organiza as Satyrianas, e orçamento de R$ 50 mil da prefeitura.
Será dedicada às artes cênicas e acontecerá aos sábados e domingos, de 1º a 28 de outubro, com atividades infantis e adultas. É uma forma, explica Ivam Cabral, cofundador d’Os Satyros, de atender aos moradores da região, muitos dos quais crianças e idosos.
Na terça (28), também foi regularizado o terreno do Teatro de Contêiner Mungunzá, na Luz. A casa foi construída pela companhia teatral homônima há um ano e meio numa área pertencente à Secretaria da Habitação. O grupo tinha um acordo informal com a prefeitura, mas o local estaria destinado à construção de habitações populares.
Agora o terreno foi transferido à Secretaria de Cultura, que a trocou por outra área, também na Luz. Um termo de dois anos (renováveis), assinado pela pasta, dá à Mungunzá a administração do espaço. Ainda há ali um prédio, antigo hotel, que deve ser reformado e usado para cursos.