Comissão de Táxis de Nova York apoia aumento a motoristas de aplicativos
Os motoristas do Uber e do Lyft, em Nova York, têm feito campanha por rendimentos maiores e sua reivindicação recebeu apoio nesta segunda-feira (2) de um estudo conduzido por dois economistas da Comissão de Táxis e Limusines da cidade norte-americana.
Os motoristas dos aplicativos, que também incluem Via e Juno, da Gett, devem ganhar US$ 17,22 por hora após descontar as despesas, segundo estudo de James Parrott, da New School, e Michael Reich, da Universidade da Califórnia. O valor recomendado equivale a uma renda de US$ 15 por hora com um subsídio por folga remunerada.
"O pagamento do motorista é baixo, apesar do rápido crescimento da indústria e das altas margens. As empresas dependem de ter um grande grupo de motoristas disponíveis", escreveram Parrott e Reich. O estudo afirma que 85% dos motoristas, muitos deles imigrantes, agora ganham menos do que esse padrão proposto.
Os pesquisadores disseram que, se os motoristas obtivessem o aumento de 22,5% no pagamento líquido, levariam para casa mais US$ 6.345 por ano. O estudo faz parte de uma análise que a comissão de táxis está conduzindo para desenvolver um salário mínimo e outras regras para os motoristas de aplicativos. O painel planeja divulgar um projeto de regulamentação em breve.
Os taxistas de Nova York se uniram aos motoristas do Uber e de outros aplicativos de transporte urbano para exigir pagamento mínimo garantido e limites ao crescimento da frota na maior cidade dos Estados Unidos.
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, e outras autoridades analisaram os rendimentos que as empresas de aplicativos pagam aos motoristas, mas também os efeitos dos serviços delas sobre o congestionamento do tráfego e a pressão sobre os táxis tradicionais, que são regulamentados e pagam pela documentação para poderem rodar na cidade.
Uber, Lyft, Via e Juno são responsáveis por 80 mil veículos em Nova York, quase seis vezes mais do que os 13.587 táxis da cidade. Moradores e visitantes realizam mais de 17 milhões de viagens com aplicativos, o dobro do número de corridas de táxi, segundo o estudo.
Os economistas disseram que o Uber seria o principal empregador privado da cidade, com fins lucrativos, se os motoristas fossem classificados como funcionários, em vez de prestadores de serviço.
Pagamentos maiores aos motoristas podem levar a mais corridas compartilhadas pelos usuários e queda das comissões para as empresas de aplicativos de 16% para menos de 10%, afirmaram os pesquisadores.
O tempo de espera médio de um usuário de aplicativo subiria em 12 a 15 segundos e o valor das corridas pode subir 3% a 5%.
Parrott e Reich listaram uma série de maneiras que as empresas de aplicativos poderiam se ajustar para garantir rendimento mínimo para os motoristas, incluindo uma taxa extra em corridas compartilhadas.
"Portanto, parece viável melhorar o padrão de vida dos motoristas de aplicativos enquanto se permite à indústria continuar atendendo a demanda dos passageiros", disseram os pesquisadores.