Como emigrar para a Inglaterra
As recentes notícias no Brasil devem estar fazendo muita gente pensar em deixar o país o mais rápido possível.
Numa modesta contribuição ao debate nacional, apresento aqui um pequeno guia para quem quer emigrar para a Inglaterra —um dos países mais democráticos, vibrantes e civilizados do mundo.
O passo mais importante para os brasileiros interessados em mudar para cá é tentar obter um visto.
As pessoas conseguem viver por aqui sem nem mesmo falar inglês.
Mas a falta de permissão legal para morar por essas bandas vai transformar sua vida num inferno, sem possibilidade de alugar uma casa ou conseguir trabalho.
O governo britânico concede diferentes autorizações de permanência, dependendo das intenções da mudança e, claro, do preenchimento de certos pré-requisitos.
Existe até um site oficial onde as pessoas podem checar qual o visto mais apropriado para elas.
Os mais procurados são específicos para estudantes e profissionais bem qualificados –incluindo aqui de engenheiros a jogadores de futebol, passando por celebridades e religiosos.
Os estudantes precisam demonstrar que foram aceitos em instituições de ensino locais e que podem pagar sua estadia por todo o período do curso.
O problema é que eles têm que deixar a Inglaterra no máximo quatro meses depois do fim dos estudos.
Os profissionais qualificados precisam demonstrar que têm emprego garantido no país e a empresa contratante pode patrocinar o pedido –desde que prove que não existem trabalhadores locais para preencher a vaga.
Entre outros pré-requisitos, os empregados precisam ganhar mais de € 30 mil libras esterlinas por ano (cerca de R$ 152 mil).
Na prática, porém, só são concedidos vistos (que valem por, no máximo, cinco anos) a quem ganha bem mais do que isso, já que existe um sistema que dá mais pontos aos profissionais mais bem remunerados.
Vistos para trabalhadores sem qualificações existem no papel, mas não são mais concedidos.
Já os milionários têm vida bem fácil por aqui, o que não é nenhuma surpresa.
Caso um estrangeiro esteja disposto a investir mais de 2 milhões de libras esterlinas (mais de R$ 10 milhões), o governo britânico facilita tudo.
É praticamente uma questão de tempo conseguir o visto com essa grana. Mas investimentos em propriedades não são considerados nesse caso.
O governo também concede autorizações de permanência para refugiados e para asilados políticos –o que não é o caso para os brasileiros.
Por fim, os patrícios que também têm cidadania de um dos países da União Europeia podem entrar na Inglaterra sem nenhuma restrição.
Isso, claro, tende a mudar dramaticamente com o “brexit”, que já tem data marcada para acontecer: 29 de março de 2019.
Portanto, os felizardos que têm dupla cidadania devem correr com seus planos.