Conferência do Partido Conservador britânico começa com primeira-ministra em cheque

 

A primeira-ministra britânica, Thereza May, convocou seu partido neste domingo (30) a se unir em seu plano de deixar a União Europeia. 

Ela fez um apelo direto aos críticos dizendo que o desejo por uma acordo de livre mercado já estava no seio de suas propostas do brexit.

No início do que promete ser uma das mais conturbadas conferências do Partido Conservador, os planos de May foram mais uma vez atacados por dois ex-ministros.

A seis meses da saída britânica da União Europeia, o debate sobre como deixar o bloco ainda causa furor no Partido Conservador e no governo. 

A liderança já frágil de May foi colocada sob ainda mais pressão neste mês quando a União Europeia rejeitou seus planos de checagem (May propôs o estabelecimento de uma união aduaneira para bens manufaturados e produtos agrícolas envolvendo Reino Unido e UE, o que tornaria dispensáveis os “check-points” sugeridos pelo bloco).

"Minha mensagem para o partido é vamos ficar unidos e conseguir o melhor acordo para o Reino Unido", disse May em entrevista na BBC em Birmingham.

Um relatório sugere que a decisão de deixar a  União Europeia custou ao governo cerca de 500 milhões de libras (US$ 650 mi).

O ex-chanceler Boris Johnson, que renunciou ao cargo, chamou os planos de May de insanos e disse que a primeira-ministra não acredita no brexit.

"Ao contrário da primeira-ministra, eu lutei por isso, eu acredito nisso, acho que é a coisa certa para nosso país e eu acredito que o que está acontecendo agora não é o que foi prometido às pessoas em 2016", disse ele ao jornal Sunday Times.

Sua entrevista foi vista por muitos no partido como o começo de uma campanha para derrubar May.

Em entrevista à BBC, May não se referiu nominalmente a Johnson mas sua resposta foi: "Eu acredito sim no brexit".

May disse ainda que seu plano de saída da UE leva em consideração as preocupações da indústria sobre o futuro das operações após o brexit.

No começo do mês, o dono da Jaguar Land Rover, Ralf Speth, disse que um acordo errado do brexit poderia custar milhares de empregos na área automobilística, principalmente se houver atrasos nos portos e estradas devido a checagens aduaneiras. 

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