'Confesso que foi simpático', diz líder sindical após reunião com Bolsonaro
Às vésperas do 1º de maio, Jair Bolsonaro faz um aceno aos sindicatos. Recebeu o presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah, na segunda (29).
O sindicalista foi pedir equilíbrio ao presidente no que ele chama de um movimento para extinguir os sindicatos por parte do governo, que assinou medida provisória dificultando o pagamento de contribuição sindical. Segundo Patah, o presidente foi acessível e se mostrou aberto a fazer reuniões com técnicos.
Namoro? “Foi um primeiro diálogo. Confesso que foi bastante simpático. Não foi de nenhuma resolução, nenhuma definição, mas ele tem o desdobramento de uma reunião técnica”, disse Patah.
Boa noite O sindicalista diz que se surpreendeu com a receptividade. “Pela forma como nós estamos sendo atacados, eu imaginei que ele fosse falar boa tarde, boa noite, até logo. Coisa desse tipo”, relata.
Encaixe Patah diz que o encontro foi um encaixe oferecido pelo secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, que tinha agenda com o presidente nesta segunda e ofereceu parte do tempo na reunião, com consentimento do chefe.
Corpo estranho O presidente da UGT disse que quis ser discreto em relação à reunião para não passar a impressão de que a central se antecipou, na tentativa de ser protagonista no diálogo com o governo.
Invisível E deu certo. Na saída da reunião com Bolsonaro, como estava acompanhado de Cintra, sua presença mal foi notada pelos jornalistas presentes, interessados apenas em abordar o secretário da Receita sobre a bronca que recebeu do presidente após dar entrevista à Folha citando tributação a igrejas.
Comunicado Uma consulta pública sobre regras para anunciar recall de produtos terminou na última semana. Especialistas afirmam que deve ficar mais barato e menos complexo fazer o chamamento. No setor privado, a esperança é que a minuta final saia ainda neste semestre.
Alô, China No meio de uma batalha tecnológica com os Estados Unidos, a chinesa Huawei volta a vender smartphones no Brasil. A guerra comercial pouco deve abalar a marca por aqui: o preço é acessível comparado à concorrência e o governo brasileiro não tomou lado na disputa.
Celular novo A empresa começa a vender produtos que vão de R$ 2.500 a R$ 5.500 no país em 17 de maio. Os aparelhos concorrem com os lançamentos de Apple e Samsung.
Supérfluos Quase um terço do que o brasileiro gasta para almoçar fora de casa vai para a sobremesa e o café, segundo a Ticket, que administra soluções de voucher de refeição. Os consumidores gastam em média R$ 11 no doce e na bebida. A média por refeição no país é de R$ 34,84.
Na caça O secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, responsável no governo pelo esforço de ajudar a encontrar um comprador para a fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP), afirma que tem apoiado potenciais compradores da unidade e que projetos estão sendo submetidos ao BNDES.
Na expectativa Ele diz acreditar que a transação será realizada com sucesso e que um terceiro interessado, uma companhia chinesa, também está olhando para o negócio mas ainda não chegou a manifestar interesse concreto. Por ora, o grupo brasileiro Caoa e a chinesa Foton são os nomes levantados no setor.
PROSA
“Tem um outro chinês que está dando uma olhada, mas não manifestou ainda interesse concreto, não iniciou um entendimento direto concreto"
Henrique Meirelles, secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, ao comentar os possíveis interessados em comprar a fábrica da Ford
Com Igor Utsumi e Paula Soprana