Conmebol nega pedido do Grêmio e mantém River Plate na final da Libertadores

A Comissão Disciplinar da Conmebol não atendeu o pedido do Grêmio de reverter eliminação da equipe e manteve a vitória do River Plate por 2 a 1 no jogo de volta da semifinal da Libertadores. Neste sábado (3), o órgão definiu multa de 50 mil dólares (R$ 184,7 mil na cotação atual) e três jogos de suspensão a Marcelo Gallardo, treinador que não cumpriu a suspensão determinada para o segundo jogo da semifinal, em Porto Alegre.

Gallardo ainda foi punido com proibição de ir à primeira partida da final da Libertadores, no próximo dia 10. O River Plate não foi sancionado no caso. A decisão informa que cabe recurso na Câmara de Apelações da Conmebol, mas sem efeito suspensivo.

A decisão se arrastou pelo sábado e gerou ansiedade no Grêmio. O prazo inicial era de divulgação até às 12h (Brasília), mas, superado o horário, sequer houve aviso da Conmebol sobre nova estimativa. À noite, o Grêmio foi informado da sentença.

Com a decisão, a entidade também confirma a final entre Boca e River Plate. A primeira partida será disputada na Bombonera. O segundo jogo, no Monumental de Nuñez, acontece em 24 de novembro.

Os incidentes do duelo da última terça na Arena do Grêmio foram analisados em reunião no início da tarde desta sexta (2) em Luque, no Paraguai. O Grêmio esteve presente com seis advogados do clube e mais um profissional uruguaio contratado exclusivamente para o caso. O River Plate se defendeu através de videoconferência.

Dos três julgadores aptos a participar do encontro, apenas o presidente da Comissão, Eduardo Gross Brown, esteve presente. A venezuelana Amarilis Belisario e o chileno Cristóbal Valdéz participaram através de videoconferência.

Ao deixar o encontro, o advogado gremista Leonardo Lamachia se mostrava otimista e crente na reversão do resultado. No entanto, não foi o que ocorreu.

Ainda durante a tarde, a informação que colocava o River Plate na decisão foi veiculada pelo canal de televisão argentino Tyc Sports. A confirmação da Conmebol ocorreu no início da noite.

O Grêmio ainda poderá entrar com recurso, mas não é certo que o fará. Não há previsão de efeito suspensivo que paralisasse a Libertadores. Dessa forma, a tentativa não teria efeito prático a partir do início da final.

ENTENDA O CASO

Na segunda-feira à noite, Marcelo Gallardo foi suspenso por uma partida, e o River Plate multado em 20 mil dólares (R$ 74,4 mil, na cotação atual) por reincidência em atraso para o segundo tempo. No dia seguinte, o treinador assistiu ao jogo contra o Grêmio em uma cabine de imprensa da Arena.

A transmissão do SporTV, contudo, flagrou o uso de um rádio comunicador para contato direto entre Gallardo e a comissão técnica do River. Além disso, o treinador foi ao vestiário visitante no intervalo para passar instruções.

Ao ver a cena, dirigentes do Grêmio denunciaram a entrada do argentino aos funcionários da Conmebol, e os mesmos aguardaram para produzir provas. Depois da partida, com a virada e classificação à final, Gallardo cometeu outra infração e deu coletiva na zona mista. Antes, o auxiliar Matías Biscay ironizou. "Talvez ele estivesse falando com sua família na Argentina", disse, ao responder sobre o uso do rádio comunicador.

"Talvez eu tenha descumprido uma regra de não poder entrar no vestiário, porque não estava permitido. Eu reconheço e assumo (o erro), mas era o que precisava. O que eu sentia que tinha que fazer e não me arrependo", afirmou Gallardo depois do jogo.

O Grêmio pediu punição semelhante à aplicada nos casos de Chapecoense e Santos, em 2017 e 2018, respectivamente. A tese do clube gaúcho é que Marcelo Gallardo foi utilizado de forma irregular. Os dirigentes citaram os artigos 176 do Regulamento Geral de Competições da Conmebol e os artigos 19, 56 e 76 do Regulamento Disciplinar.

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