Corinthians e São Paulo promete crises, mas já houve situações piores
Neste domingo (17) Itaquera receberá o 340° Majestoso.
A vantagem corintiana é ponderável: 127 a 104. Houve mais empates, 108, que vitórias tricolores.
Pelo campeonato estadual há maior equilíbrio: em 180 jogos, 65 vitórias alvinegras, 58 tricolores e 57 empates.
Empates!
Eis aí uma eventual saída para os dois gigantes em momento de anões.
As duas maiores torcidas paulistas têm sofrido coisa que sirva e uma derrota para qualquer lado assumirá ares de crise nem bem o ano começou.
Para o Corinthians colocará em risco até mesmo a classificação para a fase de mata-mata do Paulistinha, além de diminuir ainda mais a crença de que possa vencer o Racing em Avellaneda, coisa que não conseguiu em Itaquera.
Não que empatar com o líder do Campeonato Argentino seja uma vergonha, mas a pouca criatividade, além das falhas recorrentes do zagueiro Henrique, preocupam quem só tem tido motivo de alegria com o veterano Ralf e o jovem cabeceador Gustavo, o Gustagol.
Se empatar com o Racing não envergonha ninguém, empatar com o Talleres e perder a vaga na Libertadores é sim um fiasco, um vexame.
Os alvinegros demonstraram não acreditar muito no time e apenas 24 mil fiéis foram ao jogo contra o Racing.
Já os tricolores acreditavam tanto que 42 mil deles foram ao Morumbi para ver a virada e viram a festa de 3.000 cordobeses, além da supremacia do pequeno Talleres sobre um time cuja camisa é tricampeã continental e faz tempo não encontra quem a honre como merece.
Será o 10° Majestoso no novo estádio corintiano e o São Paulo jamais venceu lá, com seis derrotas e três empates.
Empates!
Para o São Paulo, de fato, com o técnico interino, e chegado a fazer confusões, Vagner Mancini —a sombra que a diretoria contratou para inquietar Jardine por mais que negasse tal intenção—, repita-se, empatar será uma bênção e vencer soará como ganhar o título que foge há uma década.
Para o Corinthians não, no máximo soará como resultado normal, embora o corintiano conte como certa a permanência da freguesia, um perigo nessas horas em que, com frequência, nos clássicos, o time em pior situação apronta —como os próprios alvinegros fizeram no dérbi na casa do Palmeiras.
Empates!
No Morumbi, por exemplo, tem sido o resultado mais frequente do Majestoso, nada menos que 57 vezes, contra 50 vitórias dos visitantes e 38 dos anfitriões.
Mas o jogo será em Itaquera, em horário horroroso para um clássico, às 19h, quase na hora da pizza.
Porque se é impossível cravar que acontecerá o empate, não resta a menor dúvida que a Federação Paulista adora empatar a vida do torcedor.
Apesar de tudo, de Jadson estar jogando com freio de mão puxado, a apatia são-paulina é tamanha que o favoritismo é todo corintiano. O que dá a medida da fase do rival.
Porque imputar favoritismo, contra quem quer que seja, com a bolinha jogada atualmente pelo Timão, revela que o Soberano virou apenas um retrato na parede.
Esperar o que do Majestoso sem majestade?
Muita ligação direta, nenhuma compactação, a busca desesperada por uma bola parada e cruzamentos na área. Ah, e mais cruzamentos na área.
Os do Corinthians, apostando na cabeçada certeira, e salvadora, de Gustagol.
Os do São Paulo, apostando na letargia, costumeira, do zagueiro, também alvinegro, Henrique.
Deprimentes tempos do futebol nestes tristes trópicos.