Crime completa um ano na quinta | Polícia do Rio prende PM e ex-PM suspeitos pela morte de Marielle
Um policial militar reformado e um ex-PM foram presos na madrugada de hoje suspeitos de participação direta no assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e do motorista do carro em que ela estava, Anderson Gomes. O crime completa um ano na próxima quinta (14). O policial reformado Ronnie Lessa, 48, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, 46, foram alvos da Operação Lume, realizada em conjunto com o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro).
Segundo a Promotoria, Lessa é apontado como o autor dos disparos na noite de 14 de março do ano passado. Queiroz, que foi expulso da PM, estaria na condução do carro usado no crime, de acordo com as investigações.
Contra Lessa, o MP pediu a suspensão da sua remuneração e do porte de arma de fogo do policial militar reformado. Lessa foi preso em sua casa, no mesmo condomínio onde o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem uma casa, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Além das prisões, a operação cumpre mandados de busca e apreensão nos endereços dos suspeitos. O objetivo é apreender documentos, telefones celulares, notebooks, computadores, armas, acessórios, munições e outros objetos.
"A empreitada criminosa foi meticulosamente planejada durante os três meses que antecederam o atentado", diz a Promotoria.
O MP diz que "é inconteste que Marielle foi sumariamente executada em razão da atuação política na defesa das causas que defendia". Para os promotores, o assassinato foi um golpe ao "Estado Democrático de Direito".
De acordo com as investigações, Lessa fez pesquisas regulares na internet sobre os locais que Marielle frequentava. O deputado estadual e atual deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e o, na época, interventor na segurança pública do Rio, o general Braga Neto, também eram alvo de buscas na rede.
O nome da operação, Lume, é uma referência a uma praça no centro da capital fluminense conhecida como Buraco do Lume. No local, Marielle desenvolvia um projeto chamado "Lume Feminista". Lá, ela também costumava se reunir com outros defensores dos Direitos Humanos e integrantes do PSOL. De acordo com o MP, outro motivo para o nome é que a expressão "trazer a lume" significa "trazer ao conhecimento público, vir à luz". (Com DW)
*Colaborou Thiago Fernandes, em São Paulo