Crise na Venezuela | Ação do Brasil na Venezuela é humanitária e não política, diz governo

Em entrevista coletiva à imprensa no início da noite de hoje, o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rego Barros, disse que a entrega de alimentos e medicamentos à Venezuela está mantida para amanhã e "tem caráter apenas de ajuda humanitária, não havendo interesse do emprego de quaisquer outras frentes neste momento".

Segundo o porta-voz, o Brasil, neste momento, não vai se envolver com a política do país vizinho.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) convocou reunião de emergência no Palácio do Planalto para discutir a crise venezuelana. Foi criado um grupo interministerial, composto por 13 pastas, para tratar do tema.

À reunião, estiveram presentes os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Fernando Azevedo e Silva (Defesa), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional), Floriano Peixoto (Secretaria-Geral da Presidência), Santos Cruz (Secretaria de Governo), entre representantes de outras pastas, das Forças Armadas e de Roraima.

O plano do governo brasileiro, coordenado pelo norte-americano, prevê que caminhões e motoristas venezuelanos venham até o lado brasileiro para buscar as doações, e nenhum brasileiro integrante da missão entrará em território venezuelano. 

A fronteira terrestre entre Brasil e Venezuela está fechada, no entanto, desde ontem à noite por ordem do ditador Nicolás Maduro e teve o efetivo militar reforçado nos últimos dias. O objetivo do ditador é evitar a entrada da ajuda humanitária, vinda a partir de Paracaima, em Roraima, alegando que os Estados Unidos e os países aliados querem dar um golpe e tirá-lo do poder.

A ajuda do Brasil foi solicitada pelo autoproclamado presidente interino Juan Guaidó.

Hoje, ao menos duas pessoas morreram e outras 12 ficaram feridas durante confrontos com forças de segurança venezuelanas na fronteira com o Brasil. À agência de notícias Associated Press, o prefeito de Gran Sabana, Emilio Gonzáles, afirmou que os soldados dispararam balas de borracha e gás lacrimogêneo.

O porta-voz brasileiro afirmou que o país não teve qualquer relação com as mortes de hoje. Segundo ele, os tiros partiram de soldados venezuelanos, em direção a manifestantes do país vizinho que exigiam a abertura da fronteira para a passagem de alimentos e remédios.

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