Crise na Venezuela | Governo brasileiro vê Guaidó 'fraco', mas descarta intervenção
O governo brasileiro descarta intervir no conflito venezuelano, disse nesta tarde o general Augusto Heleno, chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
O general disse também que Juan Guaidó, autodeclarado presidente interino da Venezuela, é "fraco militarmente" - o opositor disse ter apoio dos militares venezuelanos, e o ditador Nicolás Maduro também afirma ter as forças armadas a seu lado.
Diante do impasse, o governo brasileiro manifestou apoio a Guaidó, mas afirmou também que terá "postura bastante prudente e cuidadosa", segundo comentou nesta tarde o chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno. "Eles sabem que não vamos intervir militarmente."
Para o ministro, o oposicionista venezuelano tem respaldo de parte da população, mas o alto escalão das Forças Armadas segue fiel a Maduro.
"Temos a sensação de que o lado do Guaidó é fraco militarmente", disse Heleno depois de uma reunião com o presidente, o vice, general Hamilton Mourão, e representantes do Ministério da Defesa.
Heleno disse ainda que o movimento feito pelo líder da oposição foi uma "autopropaganda" em busca de apoio ao intento. Ressaltou, por outro lado, que a ação foi "perfeitamente válida" do ponto de vista estratégico.
"É natural que ele fizesse uma autopropaganda para buscar apoio da população."
Brasil pede apoio a Guaidó
Mais cedo, o porta-voz do Palácio do Planalto, general Otávio do Rêgo Barros, afirmou oue O governo brasileiro encoraja outros países "identificados com os ideais de liberdade" a apoiarem Guaidó.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL), o vice-presidente, general Hamilton Mourão (PRTB), o chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, e representantes do Ministério da Defesa reúnem-se nesta tarde para discutir a situação da Venezuela.
"O Brasil acompanha com grande atenção a situação na Venezuela e reafirma o irrestrito apoio ao seu povo que luta bravamente por democracia", afirmou Rêgo Barros.
"Exortamos [encorajamos] todos os países, identificados com os ideais de liberdade, para que se coloquem ao lado do presidente encarregado Juan Guaidó na busca de uma solução que ponha fim na ditadura de Maduro, bem como restabeleça a normalidade institucional na Venezuela", completou, em nota.
Bolsonaro (PSL) declarou pelo Twitter que se solidariza com o povo venezuelano e que o governo brasileiro apoia "a liberdade desta nação irmã". "O Brasil está ao lado do povo da Venezuela, do presidente Juan Guaidó e da liberdade dos venezuelanos", postou o presidente.
Nas mensagens, o mandatário também aproveitou para alfinetar seus partidos rivais, PT e PSOL. Segundo o mandatário, as legendas de esquerda teriam "alinhamento ideológico" com Maduro. O presidente disse ainda que uma vitória de Guaidó proporcionaria à Venezuela "viver uma verdadeira democracia".