Deputados da oposição venezuelana são detidos por forças de Maduro em protesto
Dois deputados da oposição foram detidos neste sábado (6) por forças bolivarianas na cidade venezuelana de Maracaibo, durante um protesto convocado pelo líder oposicionista Juan Guaidó, denunciou a parlamentar Adriana Pichardo.
"Quero denunciar que o delegado Renzo Prieto foi detido pela Guarda Nacional. Eles também prenderam a deputada Nora Bracho", disse a parlamentar, em áudio divulgado pela equipe de imprensa de Guaidó.
Em 21 março, a Sebin (agência de inteligência venezuelana, vinculada ao ditador Nicolás Maduro) deteve o chefe de gabinete de Guaidó, Roberto Marrero. Ele segue "sequestrado pela ditadura", segundo vídeo de sua mulher postado em uma rede social na sexta (5).
As forças do ditador Nicolás Maduro também reprimiram no sábado (6) manifestantes que se dirigiam para a sede da Corporação Elétrica Nacional em Maracaibo, noticia o jornal El Nacional.
Segundo José Javier Barboza, líder estudantil da Universidade de Zulia, 30 manifestantes foram feridos— entre os quais sete estudantes— com balas e gases lacrimogênios usados pela polícia.
O líder opositor Juan Guaidó, presidente interino autodeclarado, convocou manifestações para este sábado em mais de 350 pontos espalhados por todo o país, no que ele denominou de Operação Liberdade.
O objetivo é aumentar a pressão contra o ditador Nicolás Maduro, cada vez mais cercado por sanções e ameaças dos Estados Unidos.
Em resposta, o chavismo convocou uma manifestação com o lema "em defesa da soberania e contra o imperialismo".
Reunidos em cúpula na França, chefes da diplomacia dos países do G7 (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e União Europeia) divulgaram comunicado no qual pedem o restabelecimento da democracia na Venezuela e a realização de novas eleições presidenciais. O grupo de nações industrializadas já havia rechaçado a eleição de 2018 da qual saiu vitorioso Nicolás Maduro.
O comunicado ressaltara ainda que "a infraestrutura do país está degradada" e demonstra preocupação com a presença de forças militares russas no país, "o que corre o risco de agravar uma situação critica". A Rússia abriu um centro de treinamento de pilotos de helicópteros militares na Venezuela esta semana.
A Venezuela vem sofrendo uma série de apagões nas últimas semanas, que tem comprometido o abastecimento de água potável no país, gerando casos de febre tifoide e hepatite.
Nesta semana, a Assembleia Constituinte da Venezuela, ligada ao regime de Nicolás Maduro, retirou a imunidade parlamentar de Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, de maioria opositora. Ele está sujeito a ser denunciado e processado pela Justiça comum, o que pode levar à sua prisão.