Derrota inesperada do handebol é maior revés do Brasil no Pan
A derrota da seleção brasileira masculina de handebol nas semifinais dos Jogos Pan-Americanos de Lima é um golpe duro para uma equipe que chegou ao torneio embalada pela sua melhor participação em campeonatos mundiais, o nono lugar obtido em janeiro.
Também é o resultado mais decepcionante até agora para a delegação do país no evento, já que o campeão do handebol conquista a vaga olímpica em Tóquio-2020. A seleção feminina do Brasil garantiu a sua presença.
Obter classificações para os Jogos do ano que vem é a principal meta do Comitê Olímpico do Brasil no Peru.
Na saída da quadra, após perderem por 32 a 29 para o Chile na noite deste domingo (4), os jogadores brasileiros tentavam encontrar palavras que explicassem um resultado tão surpreendente.
“Foi bastante duro. A gente estudou, fez tudo direitinho, mas tem as variáveis que você não controla. Tivemos momentos de desatenção durante o jogo, o goleiro dele fez uma partida bem acima da média, e para a gente faltou mais paciência no ataque e intensidade na defesa. Não foi falta de vontade, lutamos todo o jogo, mas o Chile foi superior hoje”, disse o capitão do time, Thiagus Petrus, 30.
Haniel Langaro, 24, um dos principais jogadores da equipe brasileira, foi o último a deixar a quadra. “Difícil falar, difícil explicar o que aconteceu. Parabéns para o Chile, hoje foram melhores. É duro, mas vamos trabalhar, ter cabeça e voltar mais fortes”, afirmou.
Fora dos dois primeiros lugares, a seleção brasileira dependerá de resultados dos torneios continentais da Europa e da África para ter uma chance de disputar o pré-olímpico mundial no ano que vem.
Assim como o time masculino do Brasil, o chileno também vem em evolução no esporte, ainda que em menor escala. Participou das últimas quatro edições do Mundial e na primeira fase do Pan fez um jogo duro contra a Argentina, segunda maior potência sul-americana. Brasileiros e argentinos haviam decidido os últimos quatro torneios do Pan.
“Você sempre quer ganhar do time de que nunca ganhou, então sempre faz o mais. Hoje tudo deu certo para eles, eles tiveram esse a mais. Foi um dia ruim para a gente e excelente para eles”, disse Petrus.
Enquanto os atletas derrotados lamentavam, os vencedores pareciam não acreditar. Já os poucos chilenos nas arquibancadas faziam barulho ao entoar o tradicional canto “chi-chi-chi-le-le-le”, felizes com um momento histórico para o esporte do país.