Desfile no Rio de Janeiro | Cantando para Xangô

Sempre apontada como favorita, a tradicional Acadêmicos do Salgueiro entra na Sapucaí levando a força e a justiça do enredo "Xangô", desenvolvido pelo carnavalesco Alex de Souza e que conta a história do homem que se transformou em orixá.

O aceno ao candomblé, uma das mais populares religiões afro-brasileiras, traça um paralelo com a justiça brasileira, destacando que a corrupção reina no país desde os tempos imperiais.

"Vivemos um momento muito complicado de não aceitação do que é nosso e de uma falta de respeito em relação às escolhas de cada um. Vir com um enredo afro e falando de um deus africano, você possibilita que algumas pessoas consigam entender que isso nada mais é do que cultura", disse o diretor cultural do Salgueiro, Eduardo Pinto.

Atenção para o desempenho de Viviane Araújo, que desfila como rainha de bateria, dois dias depois de ocupar o mesmo cargo em São Paulo na Mancha Verde.

Veja o samba-enredo da escola

"Xangô"

Vai trovejar!
Abram caminhos pro grande Obá
É força, é poder, o Aláàfin de Oyó
Oba Ko so! Ao Rei Maior
É pedra quando a justiça pesa
O Alujá carrega a fúria do tambor
No vento, a sedução (Oyá)
O verdadeiro amor (Oraiêiêô)
E no sacrifício de Obà (Obà Xi Obà)
Lá vem Salgueiro!

Mora na pedreira, é a lei na Terra
Vem de Aruanda pra vencer a guerra
Eis o justiceiro da Nação Nagô
Samba corre gira, gira pra Xangô

Rito sagrado, ariaxé
Na igreja ou no candomblé
A benção, meu Orixá!
É água pra benzer, fogueira pra queimar
Com seu oxê, chama pra purificar
Bahia, meus olhos ainda estão brilhando
Hoje marejados de saudade
Incorporados de felicidade
Fogo no gongá, salve o meu protetor
Canta pra saudar, Obanixé kaô!
Machado desce e o terreiro treme
Ojuobá! Quem não deve não teme

Olori Xangô eieô
Olori Xangô eieô
Kabeclé, meu padroeiro
Traz a vitória pro meu Salgueiro!

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