#DiariodoWebSummit: Dia 4 – Três desafios para o futuro, relatos (merecidos) de sucesso e protestos à mistura
Já acabou a terceira edição do Web Summit em Lisboa, que Paddy Cosgrave garante que foi a maior de sempre. Entre os elogios e as apreciações entusiásticas a organização não escapou a algumas críticas e até protestos.
O entusiasmo é contagiante e Paddy Cosgrave transmite sempre uma ideia muito positiva, com um sorriso muito próprio e um jeito de acolher tudo e todos sem nunca se desmanchar de uma postura optimista. Os números comprovam que a terceira edição do Web Summit em Lisboa foi a maior de sempre, mas agora não há espaço para crescer, por limitações físicas, e só quando se cumprir o plano de investimento da Cidade no alargamento da FIL, até 2021, é que os números podem voltar a aumentar.
Mas isso parece não importar, e o CEO do Web Summit não poupou adjetivos entusiásticos para classificar esta edição da conferência, a meio do natural cansaço e envolvimento – num paralelismo com um jogo que ainda está a decorrer. Ótimo terá sido o adjetivo mais moderado, seguido de impressionante, fantástico e espetacular.
Em palco e na conferência de imprensa foram as frases mais usadas, mas mesmo assim não se livrou de algumas críticas relativamente a uma limitação à liberdade de imprensa, que foram denunciadas pelo Sindicato de Jornalistas. E provavelmente não chegou a ver, mas à porta do Web Summit um grupo do PNR manifestava-se pela liberdade de expressão, dizendo que esta foi cerceada pela retirada do convite a Marinne Le Pen devido a “pressões da esquerda”, como explicou José Pinto Coelho ao SAPO TEK.
Numa organização eficiente, com pontualidade rigorosa nas várias sessões e um acompanhamento incansável aos participantes, ainda houve um percalço esta manhã, quando o vento obrigou a fechar a tenda de verificação de segurança, causando longas filas e obrigando a redirecionar os participantes, oradores e expositores para outras entradas.
Com grande parte dos participantes a “ressacar” de uma Night Summit longa, entre as muitas conferências que decorreram ao longo do dia falou-se mais uma vez de cibersegurança, dos perigos e das maravilhas da internet, da morte anunciada dos media ou de como a indústria tem de mudar, inteligência artificial e blockchain. Foram feitos os últimos Pitch para o concurso de startups e escolhido o vencedor – contrariando o voto do público que usou a aplicação para escolher a lvl5 enquanto o júri selecionou a Wayve. Na verdade são duas empresas a trabalhar numa área com alguns traços comuns, usando a inteligência artificial para melhorar a condução autónoma.
Procurámos também perceber como se propunha no meio de tanto burburinho “desligar da tecnologia” e meditar, ou como as startups trabalharam para se diferenciarem perante tanta e tão variada oferta. E até ouvimos com atenção (e alguma dificuldade) porque é que a China se afirma melhor na inovação do que Silicon Valley.
A encerrar a conferência, Paddy Cosgrave deixou o palco livre para o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa que deu uma “lição” à audiência. Relembrando os três desafios que tinha enumerado em 2017, que garante foram todos cumpridos, deixou três novos, que desafiou toda a audiência a seguir, tonando-se embaixadores da abertura e da tolerância elevando a mensagem a todo o mundo.
Vai haver Web Summit em Lisboa nos próximos 10 anos e nós por cá estaremos para continuar a acompanhar a maior conferência de tecnologia, que agora também é um bocadinho nossa.
Recorde aqui todas as notícias que publicámos nesta semana sobre o Web Summit, um link que servirá para seguir também o que ainda temos para escrever dos contactos feitos nas conferências e exposição. E veja as imagens que fomos recolhendo ao longo destes três (cinco) dias muito intensos.