Doações para eleições nos EUA já são quase 50% maiores que em 2014

As contribuições para candidatos e partidos nas eleições legislativas americanas já são 47% maiores que os valores nominais registrados na votação de 2014, segundo dados da Federal Election Commission (FEC), a agência para quem essa prestação de contas precisa ser feita.

Entre 1º de janeiro de 2017 e o último dia 17 de outubro, período considerado pelo órgão como abrangendo a campanha para as eleições de 2018, contribuições, empréstimos e outras fontes de receita para candidatos e partidos somaram US$ 2,45 bilhões.

É um salto em relação ao US$ 1,66 bilhão levantado para as midterms (eleições de meio de mandato presidencial) de 2014 —valor que havia sido nominalmente inferior ao US$ 1,85 bilhão para a campanha da disputa de 2010.

No recorte por partidos, os democratas estão recebendo mais dinheiro que os republicanos, tanto na corrida pela Câmara quanto no Senado.

É um cenário que não ocorreu nem nas midterms de 2014 nem nas eleições de 2010, ano em que os republicanos conquistaram o comando da Câmara dos Deputados, em uma derrota para o então presidente Barack Obama.

Para John Fortier, diretor do Bipartisan Policy Center, o aumento na arrecadação democrata pode ser fruto de um otimismo dos doadores e dos eleitores com a esperada "onda azul" —a expectativa de retomar o comando de pelo menos uma das Casas.

"Há um entusiasmo claro, eles estão levantando muito dinheiro. As pessoas estão animadas com os democratas, e esse dinheiro ajuda a comprar anúncios de TV", diz. "Acho que, com esse gasto maior em anúncios, pode haver surpresas em alguns lugares."

Ele avalia que os democratas devem ganhar de 30 a 35 assentos na Câmara —só precisam de 23 para conquistar a maioria. "Vai ser um ano democrata, mas não em todos os sentidos, porque os republicanos devem manter o Senado", afirma.

 

Michael Malbin, cofundador e diretor executivo do Campaign Finance Institute, afirma que o dinheiro foi direcionado a quem os doadores mais avaliam ter chance de conquistar o assento. "A maior parte dos assentos nas eleições congressionais não é competitiva, então os republicanos não fizeram muito esforço para disputar, enquanto houve muito entusiasmo entre doadores democratas", diz.

O mapeamento para identificar as melhores apostas é feito com ajuda da internet, que ajuda a identificar que corridas são mais competitivas.

A partir daí, começa-se a busca por contribuições. Nos EUA, as doações podem ser feitas por pessoas físicas, pelos comitês de ação política (PAC, na sigla em inglês) e pelos comitês nacionais dos partidos, entre outros.

Indivíduos podem doar US$ 2.700 por eleição —ou seja, esse valor para as primárias e o mesmo valor para a eleição geral, o que totaliza US$ 5.400 por ciclo de dois anos.

Empresas e sindicatos não podem doar diretamente a candidatos. Elas podem doar pelos PACs, mas o valor é limitado a US$ 5.000 por eleição.

A partir de 2010, porém, criou-se a figura do superPAC, comitês independentes que podem gastar quantidades ilimitadas de dinheiro para apoiar ou criticar candidatos. É a forma que empresas, sindicatos, organizações e indivíduos encontram de fazer contribuições além dos limites.

Neste ano, segundo o Campaign Finance Institute, grupos que apoiam democratas gastaram o dobro do que os que apoiam republicanos.

Entre 29 de outubro e 4 de novembro, os gastos com democratas somaram US$ 82,4 milhões, ante US$ 40,5 milhões dos com republicanos.

"As contribuições para superPACs são transparentes, mas elas podem vir de organizações que não são, elas próprias, transparentes", diz Malbin. "Então você pode ver dinheiro gasto por um comitê que vem da Comissão de Defesa das Boas Coisas, algum nome idiota como esse, e ele recebe dinheiro da Comissão de Defesa das Coisas Melhores Ainda, e você não sabe de onde esse dinheiro veio."

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