Dobra o número de desertores venezuelanos na Colômbia
Subiu para 326 o número militares que desertaram das Forças Armadas da Venezuela e cruzaram a fronteira para a Colômbia, informaram nesta terça-feira (26) as autoridades de imigração colombianas.
As deserções acontecem após uma frustrada operação internacional de entrega de ajuda humanitária, organizada pela oposição política ao ditador Nicolás Maduro.
Desde o último fim de semana, foram registrados confrontos nas fronteiras da Venezuela com Colômbia e Brasil, quando caminhões e manifestantes tentaram romper os bloqueios militares para fazer entrar a ajuda humanitária.
Segundo o representante do departamento colombiano de Santander, Christian Krüger, os policiais e militares que desertam vão em busca de comida e fogem da "pressão" de milícias que apoiam o ditador.
Krüger disse que "alguns" dos soldados chegam "com suas armas, seus uniformes, à paisana ou com suas famílias".
O funcionário disse que a Colômbia avalia o histórico de cada um. Enquanto isso, eles recebem um salvo-conduto temporário.
O líder da oposição, Juan Guaidó, reconhecido como presidente por 50 países, ofereceu anistia aos membros das Forças Armadas de romperem com o regime. O apoio militar é a base do governo do ditador venezuelano.
As primeiras deserções ocorreram no sábado, antes de Guaidó anunciar da Colômbia a saída da ajuda em caminhões com alimentos e suprimentos médicos doados pelos Estados Unidos.
No entanto, a operação esbarrou no forte bloqueio imposto por Maduro.
Segundo levantamento feito pela Reuters, a Venezuela tem 365.315 soldados e 1,6 milhão de milicianos. Embora Maduro enfrente pressão externa para deixar o governo, ele se mantém por conta do apoio militar.
Do lado brasileiro da fronteira, são sete os sargentos venezuelanos que fugiram para o Brasil desde o fim de semana.
Também chegou a Pacaraima essa semana um policial municipal acompanhado da esposa e de três filhos, após percorrem a pé por cerca de cinco horas uma trilha alternativa para cruzar os limites entre os dois países, já que a fronteira oficial está fechada desde a quinta-feira passada por ordem de Maduro.