Duas em cada dez PPPs fracassam, segundo consultoria
Quase 2 em cada 10 projetos de PPP (Parceria Público-Privada) no Brasil fracassam após a assinatura, segundo a consultoria Radar PPP.
Dos 107 contratos já firmados por estados ou municípios, 13 caducaram, foram suspensos pela Justiça ou por um tribunal de contas.
Outros sete são considerados problemáticos, como a licitação de iluminação pública em São Paulo ou do Maracanã, no Rio de Janeiro.
Experiências ruins ocorrem principalmente devido a três motivos, segundo Carlos Ari Sundfeld, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas).
“Houve o uso de PPP em casos que não deveriam ser priorizados, como o dos estádios; a dificuldade do poder público em cumprir sua parte; e os problemas de governança das empresas que dominam o mercado de grandes obras”.
“O modelo é algo recente e há uma curva de aprendizagem para governo, iniciativa privada e órgãos de controle”, diz Sandro Cabral, do Insper.
“Uma das sugestões é envolver os atores com poder de veto desde o início da modelagem dos contratos. Muitas vezes um tribunal de contas, por exemplo, só é inserido ou se manifesta depois que a parceria está estruturada.”
O mais comum são iniciativas que fracassam antes mesmo do acordo ser celebrado, segundo Mário Engler, diretor-presidente da Companhia Paulista de Parcerias e professor da FGV.
“Há um desalinhamento entre as agendas políticas e técnicas. Para estruturar um bom projeto de PPP leva pelo menos dois anos, um prazo muito longo se considerarmos que o primeiro é de transição e o último, é eleitoral.”
Mais armazéns
A paranaense Capital Realty, desenvolvedora e administradora de condomínios logísticos, investirá R$ 200 milhões em um novo empreendimento em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre.
O terreno foi adquirido em 2012, mas a empresa decidiu adiar a construção da unidade por causa da recessão econômica de 2015 e 2016, diz o presidente Rodrigo Demeterco.
“Apostamos em um novo ciclo de crescimento em 2017 e começamos as obras de infraestrutura”. Foram R$ 40 milhões de recursos próprios desembolsados até o momento. O restante será financiado por bancos de fomento.
A baixa capacidade de investimento, em comparação com competidores estrangeiros, é o maior desafio das empresas brasileiras do setor, segundo Demeterco.
“O acesso a capital saudável no país se restringe ao BNDES. As companhias que vêm de fora conseguem crédito mais barato, então conseguem fazer aportes maiores”, diz.
O complexo será o segundo no estado. O galpão de Esteio opera com lotação máxima.
9
são os condomínios, localizados em SP, PR, SC e RS
244.000 m²
é a soma das áreas construídas das unidades
Menos falências
Os pedidos de falência na capital paulista caíram 20,6% no acumulado deste ano até agosto, em relação ao número registrado nos oito primeiros meses de 2017, segundo a ACSP (Associação Comercial de São Paulo).
O volume de recuperações judiciais requeridas recuou 49,4% nesse período, de 85 para 43.
“Os indicadores são positivos, mas a base de comparação é ruim. Houve um grande número de empresas quebradas até meados de 2017”, diz Marcel Solimeo, economista da entidade.
O segmento que teve maior variação no total de requerimentos de falência foi o de alimentos, com queda de 82%. A inflação baixa e a alta do consumo no início do ano influenciaram o resultado, segundo Solimeo.
“A inadimplência das empresas segue alta e, se o crescimento continuar tímido, afetará o indicador.”
Sinergia no topo
Os salários de executivos de alto nível subiram 7,3% entre janeiro e agosto, na comparação com a média de 2017, segundo estudo da Exec.
“Não significa que a situação das empresas esteja melhor. Há uma consolidação de posições, com substituição de vários diretores por apenas um que acumule funções, por exemplo”, diz André Freire, sócio da consultoria.
A variação salarial média entre os cargos de diretoria caiu de 14% em 2017 para 8% em agosto desde ano.
“Há um achatamento por conta de demissões em níveis gerenciais. Os que ficam são os profissionais de nível hierárquico mais elevado.”
Intenção positiva
A intenção de lançar produtos na indústria, medido pelo pedido de novos códigos de barras, cresceu 19,5% até o terceiro trimestre, segundo a GS1 Brasil, responsável pelos registros.
A alta foi de 47,1% em setembro, em comparação ao mesmo período de 2017, e de 7,5% em relação agosto, descontados os efeitos sazonais.
O aumento ocorreu mesmo com a retração dos registros de código de barras em alguns segmentos.
Os setores de bebidas, têxtil e de alimentos tiveram em setembro quedas de 50%, 20% e 1,3%, respectivamente, na comparação mensal.
29%
é o crescimento no número de novos pedidos de código de barra no Sudeste até setembro
2%
é o aumento no Nordeste, região com menor variação
intenção... O total de paulistanos que pretendem fazer compras parceladas subiu 1,2% em setembro e chegou a 21,3%, segundo a FecomercioSP.
...e planejamento Cerca de 35% dos endividados têm reservas para pagar ao menos parte dos débitos. É o maior patamar desde abril de 2015.
com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott