Economista de Ciro Gomes fala em criar espécie de Copom do câmbio

A volatilidade do câmbio vai ser operacionalizada por meio de um comitê semelhante ao Copom, o Comitê de Política Monetária do Banco Central, afirmou nessa terça-feira (18) Mauro Benevides Filho, coordenador do programa econômico de Ciro Gomes (PDT). 

“A palavra que eu uso é institucionalizar a definição da política cambial e não ficar dependente da vontade própria de quem quer que seja”, disse Benevides, em seminário com economistas dos candidatos promovido pelo Estado de S. Paulo e pela FGV (Fundação Getulio Vargas). 

Segundo Benevides, o câmbio seguiria flexível, mas a sua institucionalidade seguiria a gestão dos juros. 

“Não estou desconfiando de ninguém, só acho que isso precisa ser melhor equacionado”, disse. “Transparência não faz mal a ninguém”. 

No mesmo evento, Jose Julio Senna, pesquisador da FGV, disse que o comitê seria contraproducente porque sinalizaria a intervenção no mercado de câmbio. 

Benevides disse ainda que as reformas prioritárias de um eventual governo Ciro são a tributária e a da Previdência. 

Os militares, no entanto, não entrariam na proposta. A negociação com o grupo seria feita diretamente com o grupo e numa etapa posterior da reforma da Previdência. 

Ele defendeu a capitalização da Previdência, mas não entrou em detalhes de como ela seria implementada. 

SPC 

Benevides destacou também o plano de ajudar cerca de 63 milhões de pessoas a retirar o nome de serviços de proteção ao crédito, como Serasa e SPC.

Segundo ele, a dívida média dos inadimplentes está em R$ 4,2 mil e a ideia é reduzi-la em cerca de 80%, trazendo-a para algo perto de R$ 1,1 mil via renegociação com os credores. 

O governo entraria no processo estimulando a renegociação dos juros e a forma de pagamento da dívida. 

Os serviços de proteção ao crédito repassariam a lista de devedores ao governo e um pool de devedores seria criado para garantir a dívida —um mecanismo chamado de aval solidário, em que um grupo de pessoas (de cinco a dez) garantiria a operação em caso de não pagamento. 

Os recursos para renegociar a dívida viriam de crédito bancário parcelado. O governo não usaria dinheiro na operação. 

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