Em entrevista, Moro diz que ação do Exército no Rio foi lamentável
Em entrevista ao programa Conversa com Bial —exibido na madrugada desta quarta (10) na Globo— o ministro da Justiça Sergio Moro lamentou a ação do Exército que alvejou com mais de 80 tiros o músico Evaldo Rosa dos Santos, 46, na tarde deste domingo (7), em Guadalupe, zona norte do Rio de Janeiro.
O ministro afirmou ainda que lamentavelmente esses casos podem acontecer, mas o que realmente importa são as medidas que as autoridades estão tomando. " O que eu vi foi que o Exército está investigando. Tem que apurar. Os fatos precisam ser esclarecidos", disse Moro.
Ao ser questionado sobre se teve alguma influência na decisão do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, de adiar o julgamento da prisão de condenados em segunda instância já que almoçou com Tofoli uma semana antes, Moro afirmou que não.
"A decisão foi tomada pelo Tofoli. Não tenho nenhuma influência. Eu não pedi nenhum adiamento ", afirmou.
Sobre a relação com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Moro disse que ele é um parlamentar com quem conversa bastante e tem um bom contato e que o episódio foi superestimado.
Outro ponto tocado na entrevista foi a demissão da Ilona Szabó que havia sido nomeada como membro suplente de conselho.
Moro disse que foi um episódio lamentável, que Bolsonaro sempre lhe deu muita liberdade para criar a sua equipe, mas que por uma reação por parte do eleitorado, nas redes sociais, o presidente pediu para que ele revisse a decisão e Moro achou o pedido razoável.
Quando perguntado se estava arrependido de ter vasado o áudio entre Lula e Dilma o ministro disse que o caso Lula faz parte do seu passado, mas que o áudio não era uma prova ilegal. “Fiz o que achava certo e não me arrependo. Eu só não esperava tanta controvérsia”, afirmou.
Por fim, o ministro disse que a sua preocupação no momento é realizar um bom trabalho no ministério. Pretende consolidar os avanços de combate a corrupção, diminuir as taxas de violência e adotar políticas contra as facções criminosas. "O meu desejo é permanecer os quatro anos e depois fazer outra coisa. Uma tarefa um pouco menos complicada", disse Moro.