Embraer busca se fortalecer de olho em crescimento da China

O aperto da concorrência no mercado de aviação e o potencial crescimento dos chineses no cenário global impulsionaram o acordo entre Boeing e Embraer, afirmaram executivos da companhia brasileira em teleconferência com analistas nesta quinta-feira (5). 

As empresas anunciaram mais cedo um memorando de entendimento para a Boeing adquirir 80% da divisão de jatos comerciais da Embraer por US$ 3,8 bilhões (R$ 14,8 bilhões), sob a forma de nova empresa.

"Com a dinâmica do mercado, ter uma parceria com a maior empresa aeroespacial do mundo significa um imenso benefício para as nossas operações, possibilitando maior acesso ao mercado global", disse Paulo César de Souza e Silva, presidente da Embraer, durante a teleconferência.

Segundo o executivo, o acordo possibilitará que a companhia brasileira reduza custos, com ganhos de eficiência e escala. "Isso coloca a Embraer em um local muito bom para enfrentar a concorrência daqui para frente", acrescentou. "A Embraer será capaz de obter benefícios, como a redução de custos, especialmente com a cadeia de suprimentos, que não seriam possíveis de outra maneira."

Os executivos estão de olho especialmente na China. Segundo eles, o país é um novo participante no mercado e, devido ao tamanho do mercado chinês, pode se tornar um importante concorrente no futuro.

Com a nova empresa, a Boeing reforça ainda sua atuação no mercado de jatos menores de passageiros, fazendo frente à união entre a canadense Bombardier e a europeia Airbus.

Segundo executivos da Embraer, a americana passaria a oferecer E-Jets E2, linha de aeronaves bimotoras da brasileira, e poderia competir com modelos da C-Series, família da Bombardier cujo controle foi assumido pela Airbus.

Um porta-voz da francesa disse que Boeing e Embraer estão seguindo a Airbus e a Bombardier e que a joint venture anunciada "confirma o forte potencial do mercado na categoria de 100 a 150 assentos."

CAIXA

A Embraer disse esperar melhorar sua posição de caixa em US$ 1 bilhão assim que a Boeing concluir a aquisição da participação majoritária em sua unidade de jatos comerciais, segundo uma nota ddo presidente da empresa, Paulo César de Souza Silva, enviada a funcionários e vista pela agência Reuters.

Na teleconferência com analistas, Silva afirmou que a participação de 20% que a Embraer terá na nova empresa trará ganhos para a companhia na forma de dividendos. 

O presidente ressaltou que todo o caixa novo irá para a Embraer, mas que os usos serão múltiplos, como desalavancagem, novos investimentos e "até potencial programa de recompra de ações".

Com a Reuters

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