Empresa faz financiamento coletivo para espalhar sensores pela cidade e criar robô que avisa sobre enchentes
A startup Pluvi.On lançou uma campanha de financiamento coletivo no site Benfeitoria com o objetivo de instalar estações Metereológicas pela cidade de São Paulo.
O plano é arrecadar R$ 90 mil de interessados em ver o projeto sair do papel e, com o dinheiro, instalar no alto de prédios 30 estações com sensores capazes de medir volume e intensidade de chuvas, temperatura, umidade e direção dos ventos.
Os dados serão combinados com informações de empresas parceiras para aumentar a precisão das previsões e ajudar a antecipar enchentes, explica a cofundadora da empresa Mariana Marcílio, 31.
Os avisos serão dados a partir de um robô que falará com os cidadãos a partir do WhatsApp, que, apesar de ainda não ter sido lançado, já foi batizado de São Pedro.
Também deverá ser possível possível fazer perguntas mais simples, como Devo levar um guarda-chuva para o trabalho hoje?”, diz a empreendedora.
Mariana explica que a ideia é que o São Pedro fique mais preciso conforme a quantidade de dados captados pelos sensores e armazenados cresça e o sistema fique mais inteligente.
Porém ele só se tornará realidade caso a companhia atinja a meta de arrecadação até o dia 23 de maio —a campanha é do tipo “tudo ou nada” e, caso o objetivo não seja alcançado o dinheiro será devolvido.
Mariana explica que o financiamento coletivo foi a opção escolhida para permitir a instalação dos sensores após a companhia notar a dificuldade que existe para que startups façam parcerias com o setor público.
“Quando entramos queremos entrar em uma licitação, nos pedem cinco anos de balanço auditado, e nossa empresa não tem nem cinco anos de vida.”
A ideia é que as 30 estações sejam só o início do projeto. A companhia quer arrecadar, no total, R$ 750 mil para implantar 350 sensores na cidade. O dinheiro pode vir de campanhas futuras e de parcerias com empresas.
A instalação dos sensores deve ir da periferia para o centro. Um dos primeiros bairros a tê-los instalados será o Jardim Pantanal, conhecido por sofrer com enchentes frequentes, diz Mariana.
O serviço será sempre gratuito para os cidadãos, diz Mariana. A ideia da empresa é usar os dados obtidos pelos sensores para fechar parcerias com outras companhias, em especial no setor de transporte e tecnologia.
A startup foi criada em 2016 por cinco sócios. Mariana, que era estilista, três consultores e um programador.
A ideia para a empresa surgiu quando o grupo se conheceu em um curso que discutia tendências para o futuro, que os despertou para o tema das mudanças climáticas e criou o interesse de buscar um trabalho com maior propósito do que aquele que faziam anteriormente, conta Mariana.
“Esse problema irá se tornar cada vez mais grave, por isso a urgência desse trabalho”, diz ela, lembrando das fortes chuvas enfrentadas por São Paulo e, principalmente, pelo rio de Janeiro neste ano.
A Pluvi.On foi acelerada pela Artemisia (especializada em negócios de impacto social), foi residente do Google for Startups (prédio da empresa dedicado a esse tipo de companhia em São Paulo) e passou pelo programa Redbull Basement.
Além dos sócios, a empresa tem mais três funcionários. Seu faturamento vem de projetos feitos para o setor agrícola e para empresas de logística.