Empresários se reúnem com Bolsonaro em jantar íntimo em Brasília
Passou despercebido em Brasília nesta semana um jantar discreto entre os empresários do núcleo de apoio ao presidente Jair Bolsonaro na casa do secretário de privatização, Salim Mattar, ele próprio também empresário, que deixou o posto na Localiza no início do ano para se juntar ao governo.
Na quarta-feira (31), o presidente deixou o Palácio do Planalto às 18h37. Está tudo registrado e publicado com a devida transparência na agenda oficial, mas não houve alarde.
Escalação Às 19h40 ele teria um encontro com nomes como Luciano Hang, sócio da rede varejista Havan, Flavio Rocha, da Riachuelo, Sebastião Bomfim, da Centauro, além de empresários de outros setores, como Meyer Nigri, da Tecnisa, e Winston Ling, que apresentou o ministro da Economia Paulo Guedes a Bolsonaro ainda na campanha.
Zaga Pessoas próximas do presidente afirmam que o jantar foi uma demonstração de apoio feita pelos únicos seis empresários que saíram publicamente em sua defesa desde a campanha eleitoral.
Amigos, amigos Há no governo a percepção de que o setor privado em geral está satisfeito com a eleição de Bolsonaro e a orientação da equipe econômica até aqui, principalmente diante da alternativa que havia em 2018, de um novo governo petista. Mas são raros os empresários que de fato têm disposição de apoiá-lo em público.
Negócios a parte Procurados pela coluna, a maior parte dos convidados não quis comentar. Alguns pediram discrição e até chegaram a negar o fato, antes de serem informados que o encontro estava na agenda oficial. Luciano Hang disse que os assuntos de interesse do empresariado, como a defesa da MP da Liberdade Econômica, foram tratados ao longo do dia, em reuniões com outros setores do governo.
Celebração Segundo alguns dos presentes, os convidados comemoraram o corte na taxa básica de juros para 6% ao ano, anunciada horas antes do jantar, e também falaram sobre a reforma tributária, mas o jantar teve um caráter de reunião íntima, sem demandas empresariais.
Ausência Apesar de ter seu nome listado como presença no evento, Sebastião Bomfim não conseguiu comparecer.
Oriente A Miniso, de design japonês, inaugura neste mês um centro de distribuição e logística no Brasil, localizado em Cabreúva (SP). No país há pouco mais de um ano, a empresa abriu 50 lojas.
Abre as asas A prefeitura de Esteio (RS) deve sancionar, na próxima quinta-feira (8), uma das primeiras leis municipais inspiradas na MP da Liberdade Econômica. O projeto aprovado por unanimidade pela Câmara de Vereadores da cidade no último dia 30 revoga 13 legislações, como a necessidade de alvará para atividades de baixo risco.
Pergunta errada O aplicativo de entregas Rappi enviou a clientes uma pesquisa com a pergunta “Quem é você?”, seguido por respostas de múltipla escolha: A) Mulher, B) Homem, C) LGBTQ+.
Resposta certa O levantamento incomodou usuários do Rappi, que viram na enquete uma falta de compreensão sobre as diferenças entre o que é sexo biológico, orientação sexual e identidade de gênero.
Outro lado Procurada, a empresa afirma que a pesquisa já foi alterada.
Laboratório Ao lado de emergentes como Índia e Indonésia, o Brasil é um dos principais mercados para o Google, na estratégia de conquistar o próximo bilhão de usuários. Além de trabalhar em parceria com empresas de telecomunicação para instalar pontos de internet gratuita, o Google mira o mercado brasileiro de pagamentos online.
Alinhados Em visita a São Paulo nesta semana, o executivo à frente da área global de pagamentos da multinacional, Caesar Sengupta, afirmou que a companhia vai trabalhar junto com instituições financeiras e alinhada ao Banco Central para “ajudar a digitalizar a economia de forma rápida e segura”.
Alternativa Nos próximos meses, o Google dará a opção de pagamentos com cartões múltiplos (crédito e débito) em seu aplicativo Google Pay, de acordo com Sengupta. No futuro, ele não descarta que a empresa trabalhe também com formas de pagamento offline.
com Igor Utsumi e Paula Soprana